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Que Boicote está acontecendo?

CEO do Carrefour decide boicotar carnes do Mercosul na França em meio a protestos

CEO do Carrefour decide boicotar carnes do Mercosul na França em meio a protestos


O CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, decidiu que a rede não venderá mais carne do Mercosul na França, gerando polêmica entre agricultores e autoridades brasileiras.
20 novembro 2024
O CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, decidiu que a rede não venderá mais carne do Mercosul na França, gerando polêmica entre agricultores e autoridades brasileiras.
20 novembro 2024
CEO do Carrefour decide boicotar carnes do Mercosul na França em meio a protestos

O Carrefour, uma das maiores redes de supermercados do mundo, está tomando uma decisão significativa em relação às suas políticas de fornecimento de carne. O CEO da empresa, Alexandre Bompard, anunciou que a rede não irá mais vender carne proveniente do Mercosul nas suas lojas na França. Essa medida é uma resposta a uma crescente onda de protestos por parte de agricultores franceses, que expressam preocupações sobre um potencial acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Este acordo, segundo os agricultores, pode trazer produtos que não atendem aos padrões exigidos no mercado francês.

Bompard, em uma carta endereçada ao presidente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas, Arnaud Rousseau, deixou claro que o Carrefour está vigilante quanto à qualidade dos produtos que oferece. Ele enfatizou a possibilidade da inserção de 'produtos inadequados' no mercado francês, alimentando assim o debate sobre a importância de manter elevados padrões de qualidade e segurança alimentar.

A declaração do CEO reflete uma tendência crescente de protecionismo na Europa, especialmente em um setor tão sensível como o agroalimentar. A expectativa de Bompard é que essa decisão inspire outras empresas do setor a adotarem posturas semelhantes, particularmente aquelas que fornecem refeições fora de casa, onde a importação de carne é bastante comum, representando cerca de 60% do consumo.



Em meio a esse cenário, o Brasil, um dos maiores exportadores de carne do mundo, reagiu por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária. O ministério repudiou as afirmações de Bompard, afirmando que a carne brasileira atende a rigorosos padrões internacionais de qualidade. A pasta destacou que o Brasil não só possui uma legislação ambiental sólida, mas também sistemas de produção que são rastreáveis e transparentes, o que garante a confiança dos consumidores e parceiros comerciais.

A mensagem do Ministério é clara: o Brasil está empenhado em manter a credibilidade do seu setor agropecuário e pretende reverter quaisquer visões negativas que possam surgir em relação à qualidade da carne nacional. O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) lamentou a decisão da matriz francesa do Carrefour, interpretando-a como uma postura protecionista que pode influenciar de forma indevida a percepção dos consumidores sobre a carne brasileira.

Paralelamente, o Grupo Carrefour Brasil se apressou em assegurar que a decisão anunciada pela matriz francesa não terá impacto nas operações da empresa no Brasil. Em nota, a rede assegurou que não ocorrerão mudanças nas práticas comerciais relacionadas à venda de carne, mantendo assim os seus compromissos com os fornecedores locais e atendendo a demanda do mercado brasileiro.



O impacto dessa decisão varia entre diferentes grupos de interesse. Enquanto os agricultores franceses apoiam a medida de Bompard, acreditando que ajuda a proteger seus produtos e a qualidade alimentícia, os produtores brasileiros vêem essa ação como uma barreira comercial que pode prejudicar as relações bilaterais entre os dois países. Os próximos passos serão cruciais: como a situação evoluirá e quais novas políticas poderão surgir em resposta a esse movimento?

A discussão em torno da carne do Mercosul e suas implicações no mercado europeu é complexa e multifacetada. Ela envolve não apenas questões econômicas, mas também preocupações ambientais e de saúde pública. A comercialização de produtos alimentícios entre continentes requer uma análise cuidadosa das legislações e normas que garantem a qualidade e a segurança do que chega às prateleiras dos supermercados.

Com a atenção crescente em torno das práticas de comércio e das normas de produção, é evidente que o Carrefour, ao afastar-se do Mercosul, está sinalizando uma nova era de cautela no que diz respeito àquilo que a rede oferece a seus consumidores, bem como destacando a necessidade de diálogo entre os diferentes países envolvidos nas cadeias de suprimento global.

Fonte:


https://www.gazetadopovo.com.br/economia/ceo-carrefour-venda-carnes-mercosul-franca/
44089 visualizações

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