O sistema educacional brasileiro enfrenta uma crise profunda que se reflete em alarmantes índices de analfabetismo e desempenho insatisfatório em rankings internacionais. Um dos principais pontos de discussão é a metodologia de ensino promovida por Paulo Freire, especialmente a educação dialógica. Essa abordagem, embora rica em intenções, tem mostrado falhas significativas que fazem com que muitos estudantes fiquem aquém do conhecimento técnico e básico necessário.

A educação dialógica, proposta por Freire, coloca em primeiro plano a crítica e a reflexão do estudante, porém, ao fazer isso, acaba por relegar o conteúdo fundamental a um segundo plano. Enquanto o ensino bancário clássico busca a transmissão de informações e a absorção de dados, a abordagem dialógica parece falhar em fornecer a base necessária, gerando alunos que não conseguem interpretá-las de maneira eficaz.

Um exemplo claro dessa falência é o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que, apesar de ser uma porta de entrada para o ensino superior, reflete uma realidade acadêmica preocupante. Muitos estudantes chegam a este exame sem as ferramentas adequadas para uma boa performance, resultado de um sistema que não cobra ou prioriza reavaliações de desempenho. A desvalorização do papel do professor, que deve ser a figura central no processo de aprendizado, contribui ainda mais para essa problemática.

No contexto educacional atual, a falta de reprovação gera um ciclo vicioso. Alunos mal preparados que avançam nos estudos muitas vezes se tornam professores, perpetuando assim a baixa qualidade do ensino. Essa inversão de autoridade no ambiente escolar acaba dificultando a construção de uma educação sólida, onde a figura do professor é central para o desenvolvimento dos alunos. A crítica é essencial, mas não deve substituir a importância de um conhecimento técnico e fundamentado.

Além disso, as estatísticas de analfabetismo no Brasil são alarmantes. Segundo dados de organizações internacionais, o país ainda apresenta índices que colocam muitos jovens em desvantagem em comparação a estudantes de outras nações. Essa situação demandaria urgentemente uma revisão das estratégias educacionais e um questionamento dos métodos usados atualmente. O excesso de centralização na educação brasileira impede que soluções mais adequadas sejam implementadas e adaptadas às diversas realidades regionais.

A descentralização da educação poderia ser uma das chaves para reverter esse quadro. Permitir que instituições locais adotem metodologias mais eficazes e adaptadas à realidade de seus alunos pode levar a um aumento significativo na qualidade do ensino. A proposta é que se volte a valorizar a figura do professor e se ofereçam treinamentos adequados, priorizando não somente a formação crítica, mas também a formação técnica e prática dos estudantes.

Assim, a reestruturação do sistema educacional brasileiro passa por uma reflexão verdadeira sobre a metodologia ensinada nas escolas. É fundamental que se integre a educação técnica e o conhecimento básico com a crítica, evitando a reprodução de um modelo que falha em preparar adequadamente os estudantes. Para um futuro melhor e uma sociedade mais igualitária, é essencial que se busquem novos caminhos, menos centralizados e mais diversificados na educação. O Brasil não pode permitir que mais uma geração de jovens saia das escolas sem as competências necessárias para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.

Por fim, é necessário um engajamento coletivo para que as mudanças desejadas possam ocorrer de forma efetiva. Pais, educadores e gestores devem se unir em prol de uma educação que priorize tanto a formação crítica quanto a capacitação técnica. Assim, em vez de reproduzirmos um ciclo de frustração acadêmica, poderemos caminhar rumo a um sistema educativo mais inclusivo e efetivo.

Fonte:

https://ancap.su/site/artigo/paulo-freire-e-a-tragdia-educacional-no-brasil-