Skip to main content

Política e Governança

Jesus e Bolsonaro: a polêmica declaração de Leandro Demori sobre a encenação bíblica

Jesus e Bolsonaro: a polêmica declaração de Leandro Demori sobre a encenação bíblica


Leandro Demori, do ICL Notícias, faz polêmica ao afirmar que Jesus “batia” em quem se parece com Bolsonaro, criticando estratégia política religiosa.

19 abril 2025

Leandro Demori, do ICL Notícias, faz polêmica ao afirmar que Jesus “batia” em quem se parece com Bolsonaro, criticando estratégia política religiosa.

19 abril 2025
Jesus e Bolsonaro: a polêmica declaração de Leandro Demori sobre a encenação bíblica

No dia 16 de abril de 2025, Leandro Demori, comentarista do ICL Notícias, gerou polêmica ao afirmar que Jesus Cristo “batia” em pessoas que se assemelham ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa declaração surgiu em meio a um vídeo postado por Bolsonaro, no qual sua esposa, Michelle, lavava seus pés enquanto ele estava internado após uma cirurgia. O gesto simbólico remete à humildade cristã, mas Demori fez uma crítica contundente, considerando a cena como uma “encenação bíblica vagabunda”. O comentarista questionou o verdadeiro objetivo por trás dessa encenação, destacando que ela parecia mais uma estratégia de comunicação voltada para eleitores de direita.
No contexto político atual, onde Bolsonaro enfrenta a inelegibilidade até 2030, Demori levanta uma incongruência: por que a ex-primeira-dama estaria fazendo isso se não há a possibilidade de candidatura imediata? Segundo ele, essa encenação lançaria a ideia de que Michelle poderia ser preparada para uma possível candidatura em 2026, uma estratégia que almeja manter o apoio da base conservadora brasileira. Essa análise não só critica a sinceridade percebida no gesto, mas também destaca a utilização de elementos religiosos em um contexto político.
A encenação, como Demori descreve, revela a tensão entre a vida pública e a espiritualidade que muitos políticos, incluindo Bolsonaro, têm utilizado ao longo dos anos. Enquanto o ex-presidente tenta esquecer seus problemas eleitorais e de saúde, a presença constante de Michelle nessa narrativa pode ser uma forma de manter os holofotes sobre o núcleo familiar e suas iniciativas. O uso de referências religiosas, neste sentido, não é novo, mas ganha contornos ainda mais amplos quando analisado sob a ótica do marketing político contemporâneo.
O vídeo de Michelle lavando os pés de Bolsonaro provocou uma onda de reações variadas, indicando que a manobra não conseguiu passar despercebida do público, mas sim intensificou debates sobre a manipulação da fé na política. As críticas de Demori ecoam uma preocupação com a autenticidade dos gestos dos líderes que buscam apoio por meio da religião. Tais reflexões expõem a fragilidade dessa relação entre política e espiritualidade, especialmente quando as intenções parecem ser mais voltadas para interesses eleitorais do que para uma verdadeira devoção.


Jesus e Bolsonaro: a polêmica declaração de Leandro Demori sobre a encenação bíblica

A performatividade desse ato, segundo Demori, expõe as estratégias de comunicação que os políticos adotam para interagir com seus apoiadores, que muitas vezes são guiados por crenças religiosas. A crítica à encenação de Michelle sugere que essa relação entre política e religião pode ser explorada para acionar sensibilidades no eleitorado de direita. Demori, ao desclassificar o ato como uma “encenação”, busca abrir o debate sobre o quanto esses gestos são genuínos e o quanto são manipulativos.
Uma reflexão adicional feita no programa é sobre o impacto que essa comunicação tem sobre a imagem pública de Bolsonaro. Em um momento de vulnerabilidade, tanto por questões de saúde quanto por desafios políticos, a construção de uma narrativa que liga a imagem familiar à fé pode ser entendida como uma tentativa de restaurar ou reforçar o apoio popular. A política executada por Bolsonaro é frequentemente caracterizada por uma forte conexão com a base evangélica, e esse gesto de sua esposa poderia ser visto como um meio de reforçar esses laços, mesmo que de forma questionável.
No entanto, a admiração por esse tipo de ato pode não ser universal, com muitos criticando a superficialidade da mensagem. Ao manter um diálogo aberto sobre a honestidade das intenções de figuras públicas, Demori toca em um ponto crítico que vai além da política brasileira: o verdadeiro papel da religião na vida pública e como ela pode ser usada – ou, em alguns casos, abusada – para propósitos eleitorais. Destaca-se também a preocupação com uma potencial banalização da espiritualidade quando é utilizada meramente como um recurso de campanha.
Nesse cenário, é vital que o público mantenha um olhar crítico sobre as ações dos políticos e os significados que estes tentam atribuir a seus atos. A relação entre a fé e a política pode ser aprofundada, mas deve sempre ser analisada com a dose necessária de ceticismo, especialmente quando interesses pessoais e eleitorais entram em cena.

Em resumo, a afirmação de Demori sobre Jesus e Bolsonaro evidencia as complexas interações entre política, religião e sociedade. A estratégia de investir em uma narrativa carregada de simbolismo religioso pode ser vista como necessária em tempos de crise, mas também levantar questões sobre o verdadeiro significado desses atos. É crucial que os cidadãos questionem as intenções que devem estar por trás de cenas como a lavada de pés, que, embora profundamente enraizadas na tradição cristã, poderiam se tornar armadilhas retóricas em um cenário político onde a fé é frequentemente manipulada.
O que presenciamos, portanto, é um ciclo contínuo de ações performáticas que buscam alinhamento com a fé para garantir apoio político. Com o ex-presidente Bolsonaro enfrentando dificuldades eleitorais e de saúde, a figura de Michelle, como uma potencial sucessora, provocou debates que vão além do ato simbólico em si. Isso redefine a forma como interpretamos não apenas suas ações, mas também a missão política à qual esses líderes se propõem.
Ao passo que a crítica de Leandro Demori provoca uma ampla discussão, ela também nos faz refletir sobre o papel dos líderes em um espaço público onde a espiritualidade deveria servir como guia e não como artifício. A expectativa é que esses debates continuem e que o público, independentemente de suas crenças, consiga perceber a linha tênue entre fé, política e manipulação, construindo assim um entendimento mais crítico e consciente do cenário político atual. Sem dúvida, as palavras de Demori ressoam como um chamado para que busquemos transparência nas intenções por trás das ações de nossos líderes e que continuemos a questionar a autenticidade nas relações entre fé e política.

Fonte:

https://revistaoeste.com/imprensa/jesus-batia-em-gente-parecida-com-bolsonaro-diz-jornalista-de-site-esquerdista/.

33713 visualizações

Gostou? Vote nesse artigo.

Faça o seu cadastro GRÁTIS
e tenha acesso a todo o conteúdo exclusivo.

Faça o seu cadastro GRÁTIS

e tenha acesso a todo o conteúdo exclusivo

Mais do autor