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Diversidade e Inclusão

A Confusão de Ter Dois Pais: Uma Reflexão sobre a Parentalidade Moderna

A Confusão de Ter Dois Pais: Uma Reflexão sobre a Parentalidade Moderna


Neste artigo, a autora compartilha sua experiência de crescer com dois pais, desafiando preconceitos e celebrando a pluralidade da paternidade.
19 de março de 2025
Neste artigo, a autora compartilha sua experiência de crescer com dois pais, desafiando preconceitos e celebrando a pluralidade da paternidade.
19 de março de 2025
A Confusão de Ter Dois Pais: Uma Reflexão sobre a Parentalidade Moderna

Crescer com dois pais é uma experiência que, para muitos, pode gerar confusão. Desde cedo, percebi que a forma como a minha família é estruturada provoca uma série de questionamentos por parte de quem escuta minha história. As reações costumam ser as mais diversas: desde a curiosidade inocente até a incredulidade. Contudo, para mim, essa dinâmica nunca representou um problema. Em cada relato que faço sobre minha vida, percebo o quanto as pessoas desejam entender e categorizar as famílias, projetando nelas suas próprias realidades e preconceitos.

A questão de ter dois pais muitas vezes levanta um dilema: como funcionam as relações? Existe uma hierarquia? O que significa, de fato, ser pai? Para muitos, a ideia de ter dois homens atuando como figuras paternas pode ser um conceito difícil de digerir. No entanto, é possível que ambas as figuras tenham papéis complementares e igualmente relevantes na minha formação. Minha experiência pessoal ensina que a parentalidade não precisa seguir um código rígido de comportamentos.

Durante o Dia dos Pais, a reflexão se intensifica. Sinto a necessidade de honrar ambos os homens que desempenham papéis importantes na minha vida, reconhecendo as diferenças e as contribuições únicas de cada um. Infelizmente, a sociedade tende a promover uma visão da paternidade que é muitas vezes limitadora, sugerindo que deve haver apenas um 'pai' em uma família. Contudo, ao abraçar essa diversidade, dou um passo importante rumo à construção de uma aceitação mais ampla sobre como as famílias podem ser.




A Confusão de Ter Dois Pais: Uma Reflexão sobre a Parentalidade Moderna

As reações que recebo quando falo sobre meus pais são tão variadas quanto intrigantes. Muitas pessoas se sentem compelidas a perguntar como funciona a dinâmica familiar. 'Quem é o pai de verdade?' é uma das perguntas mais recorrentes. Essa indagação, embora carregue uma curiosidade natural, também revela um preconceito velado que ainda persiste em nossa sociedade. Para mim, não importa quem é 'de verdade'; ambos são igualmente importantes em minha vida.

A incessante necessidade de categorizar relacionamentos familiares reflete uma visão limitada da paternidade. A sociedade atual ainda lida com estereótipos que muitas vezes não condizem com as realidades modernas. Não existe uma fórmula única para o que constituiu uma relação pai-filho; cada relação é única em sua essência e diversidade. Ao mesmo tempo que valorizamos o papel de cada um, devemos reconhecer que essa dinâmica pode ser moldada de acordo com as necessidades e particularidades de cada família.

Uma das mais belas lições que aprendi ao longo desta jornada é que a presença de dois pais pode ser uma fonte poderosa de amor e suporte. Não se trata de competição, mas de colaboração. Os dois homens que me cercam me ensinaram valiosas lições, cada um à sua maneira. Um pode ser mais brincalhão, enquanto o outro é o sábio conselheiro; ambos, no entanto, têm um papel fundamental na construção da minha identidade e valores.



Voltando ao Dia dos Pais, é uma oportunidade perfeita para refletir sobre essas questões. Muitas vezes, celebramos um único pai, mas é crucial lembrar que existem inúmeras formas de paternidade. O amor paternal não obedece a regras rígidas; ele se manifesta de maneiras diversas e igualmente válidas. Encorajo todos a ampliar sua visão sobre o que significa ser pai e, mais importante, a aceitar diferentes configurações familiares sem julgamentos.

Escrever sobre isso é importante, pois pode ajudar outras pessoas a entenderem que cada história familiar é válida e merece ser respeitada. Ao desafiar a noção tradicional de paternidade, também inspiro meu círculo social a repensar suas próprias crenças. É fundamental criar espaços onde todas as famílias possam ser celebradas, independentemente de sua estrutura.

Por fim, ao olhar para meus dois pais, sinto uma profunda gratidão. Ambos contribuíram para a pessoa que sou hoje e, no fundo, a ideia de ter um único 'pai verdadeiro' é simplesmente inapropriada. Cada um deles tem um lugar especial no meu coração, e ambos merecem ser reconhecidos e celebrados. Neste Dia dos Pais, reafirmo que a paternidade não se trata de competição, mas de amor compartilhado e união.

Fonte:


https://www.publico.pt/2025/03/19/p3/cronica/dia-pais-2126536
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