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Saúde Pública

Vacina da Dengue: Menos de 50% dos Jovens Tomaram a 2ª Dose

Vacina da Dengue: Menos de 50% dos Jovens Tomaram a 2ª Dose


O Brasil enfrenta um desafio sério na vacinação contra a dengue, com menos da metade dos adolescentes retornando para a segunda dose. Será que estamos realmente preparados para enfrentar as consequências dessa negligência?

07 de outubro de 2024

O Brasil enfrenta um desafio sério na vacinação contra a dengue, com menos da metade dos adolescentes retornando para a segunda dose. Será que estamos realmente preparados para enfrentar as consequências dessa negligência?

07 de outubro de 2024

Nosso país atravessa um momento crucial no combate à dengue, uma doença que, em 2024, alcançou números alarmantes. Contudo, mesmo diante de um esforço nacional para controlar essa crise de saúde pública, menos da metade dos adolescentes que tomaram a primeira dose da vacina contra a dengue retornaram para a segunda.

Mas por que isso está acontecendo? E o que isso revela sobre as lacunas do nosso sistema de saúde?

A Vacinação e a Resistência Adolescente

É inegável que a vacinação é uma das medidas mais eficazes contra doenças infecciosas. No caso da dengue, o Brasil distribuiu mais de 4,7 milhões de doses da vacina em 2024, mas apenas 636 mil adolescentes retornaram para tomar a segunda dose, de acordo com o Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI). Menos da metade concluiu o ciclo vacinal, o que coloca em risco a proteção contra os casos mais graves da doença.

A secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, destaca que o público adolescente é especialmente difícil de atingir. Esse grupo, geralmente, não frequenta os serviços de saúde regularmente, o que pode explicar a baixa adesão.

Mas essa explicação é suficiente? Será que estamos apenas lidando com uma questão de comportamento ou existem outros fatores em jogo? (Ethel Maciel, Ministério da Saúde).

O Papel dos Pais e Responsáveis: Onde Estamos Falhando?

A responsabilidade pela vacinação de crianças e adolescentes não recai apenas sobre eles. É um ato que requer o envolvimento ativo dos pais e responsáveis, como ressaltou a própria secretária: "Levar seus filhos para completar o esquema vacinal é um ato de amor e de responsabilidade" (Ministério da Saúde). No entanto, parece que muitas famílias não estão levando essa mensagem a sério.

Há uma tendência preocupante entre muitos pais de subestimar a importância da segunda dose. Afinal, se a criança não apresenta sintomas graves, por que incomodá-la com mais uma vacina? Esse raciocínio, embora comum, é extremamente perigoso, já que a segunda dose é essencial para garantir uma proteção completa.

Mudanças Climáticas e a Dengue: O Impacto Real

Outro ponto importante que não pode ser ignorado é o papel das mudanças climáticas no aumento dos casos de dengue em 2024. Segundo especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS), as mudanças nos padrões climáticos estão criando condições mais favoráveis para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Isso torna ainda mais urgente que o público-alvo da campanha de vacinação compreenda a gravidade da situação e siga corretamente o esquema vacinal.

A dengue não é apenas uma doença sazonal que pode ser evitada com o uso de repelentes. A gravidade da doença, quando não tratada adequadamente, pode levar a complicações graves, hospitalizações e até a morte. Portanto, a vacinação é uma das poucas armas que temos para controlar esse problema de saúde pública.

Conectando com Outros Problemas de Saúde Pública

Essa questão da baixa adesão à segunda dose da vacina contra a dengue também abre espaço para uma discussão maior sobre a eficácia das campanhas de vacinação em geral. O Brasil, por exemplo, enfrenta resistência significativa em campanhas de imunização contra outras doenças, como a Covid-19. Isso levanta uma pergunta inquietante: estamos enfrentando uma crise de confiança nas vacinas?

Estudos sugerem que o movimento antivacina, amplamente propagado pelas redes sociais, é um dos fatores que contribuem para essa desconfiança. No entanto, o problema vai além de boatos e fake news. A falha em comunicar de maneira clara e eficaz os benefícios das vacinas e as consequências de não tomá-las também desempenha um papel importante.

Seja a campanha de vacinação contra a dengue ou contra qualquer outra doença, a verdade é que estamos perdendo a guerra da comunicação. Precisamos de uma estratégia mais assertiva e inteligente para atingir o público-alvo e garantir que eles compreendam a seriedade do problema.

Medidas de Prevenção: Vacina Não é Tudo

Apesar da introdução da vacina, o próprio Ministério da Saúde reforça que ela não é a ferramenta mais eficaz para combater a dengue, uma vez que a capacidade de produção da vacina não atende à demanda nacional.

Portanto, o controle do mosquito Aedes aegypti continua sendo a principal arma contra a disseminação da doença. Entre as medidas recomendadas estão a remoção de recipientes que acumulem água e o uso de telas e repelentes em áreas com alta transmissão da dengue.

Isso traz à tona outra questão importante: será que estamos realmente fazendo o suficiente para educar a população sobre a importância dessas medidas de prevenção? Ou estamos tão focados na solução da vacina que esquecemos que o combate ao mosquito é igualmente crucial?

Vacine-se

Se há algo que podemos aprender com a crise da vacinação contra a dengue, é que não podemos deixar a complacência tomar conta. Os números são alarmantes, e a falta de adesão à segunda dose pode ter consequências graves para a saúde pública. Portanto, é fundamental que todos nós – como cidadãos, pais, e responsáveis – façamos nossa parte.

Se você ainda não levou seu filho para tomar a segunda dose da vacina contra a dengue, faça isso agora. E não pare por aí. Continue monitorando a saúde da sua família e seguindo as orientações de prevenção contra o mosquito. O combate à dengue é uma responsabilidade de todos nós.

Não podemos nos dar ao luxo de subestimar essa doença, especialmente em um cenário global onde as mudanças climáticas só agravam a situação. A luta contra a dengue não será vencida apenas com palavras. Precisamos de ação.

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