O Serviço Nacional de Saúde (SNS) de Portugal está passando por uma transformação significativa que promete beneficiar milhões de pacientes. Até o final de 2024, o SNS contará com os primeiros farmacêuticos especializados em oncologia, uma qualidade fundamental para lidar com a complexidade do tratamento oncológico. Essa nova formação, conforme destaca Helder Mota Filipe, bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, vem em resposta à necessidade de uma gestão mais eficiente da inovação terapêutica.

O processo de certificação da nova competência será rigoroso. Um exame programado para dezembro contará com a participação de aproximadamente 20 farmacêuticos que já possuem experiência na área de oncologia. Esses profissionais passam por um processo de formação que abrange tanto a teoria, visando a fundamentação necessária, quanto a prática em ambientes clínicos. A inclusão de farmacêuticos comunitários dentro do SNS reflete um movimento positivo e inovador, visando à integração de diferentes áreas de atuação na saúde.

A qualificação dos farmacêuticos em oncologia é um exemplo claro da adaptação da profissão às demandas atuais. A especialização permitirá um acompanhamento mais próximo e eficaz dos pacientes em tratamento, garantindo que cada um receba a atenção que merece. O bastonário reforça a importância dessa evolução, especialmente em um campo onde a inovação é constante e necessária para o sucesso dos tratamentos.

Além da formação prática, a Ordem dos Farmacêuticos (OF) está se dedicando a desenvolver iniciativas como a formação clínica simulada, que procurará garantir que todos os profissionais estejam preparados para os desafios reais que encontrarão. Após a validação, esta formação terá a mesma credibilidade que a prática real, fortalecendo o perfil dos farmacêuticos no setor. É um passo significativo em direção a uma formação contínua que atualiza e aprimora as competências dos profissionais da saúde.

Vale destacar que a busca por atualização não se limita apenas à oncologia. A OF está investindo em iniciativas que abrangem áreas como saúde pública, medicina farmacêutica e pesquisa clínica. Essas medidas são essenciais para que os farmacêuticos estejam prontos para atender às exigências do sistema de saúde moderno e os desafios que vêm com a evolução das doenças e dos tratamentos disponíveis.

Em um evento associado, o congresso dos farmacêuticos, que será realizado em Lisboa, abordará temas cruciais como o acesso à inovação terapêutica, além de debater a sustentabilidade dos serviços de saúde. Os avanços tecnológicos e científicos, assim como a luta contra resistências antimicrobianas, serão discutidos, exemplificando a necessidade de um aprimoramento contínuo nesta profissão em transformação.

No congresso, também serão apresentados novos serviços farmacêuticos, que visam não apenas inovar, mas também demonstrar como a profissão pode se adaptar às novas demandas do mercado e da sociedade. Trabalhos desenvolvidos por farmacêuticos e estudos de casos relevantes serão apresentados, evidenciando a evolução da profissão. Este tipo de troca de conhecimento é vital, pois permite que os profissionais aprendam uns com os outros e cresçam em suas carreiras.

A capacidade do farmacêutico de se reinventar e buscar novas competências é um reflexo da realidade do setor. Com a crescente complexidade dos tratamentos e a necessidade de abordagens multidisciplinares, a especialização em áreas como oncologia representa uma evolução notável. Isso favorece não apenas os profissionais, mas, principalmente, os pacientes que poderão contar com atendimento mais qualificado e eficaz.

Portanto, o futuro dos farmacêuticos na oncologia é promissor, com potencial para melhorar significativamente o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes. A formação contínua e a adaptação às novas tecnologias e métodos de tratamento serão cruciais nesse processo. O compromisso dos farmacêuticos em se especializar é um passo em direção a um sistema de saúde mais robusto e preparado para enfrentar os desafios do nosso tempo.

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