Saúde Pública
Maria Manuel Mota propõe antecipação dos rastreios de câncer para jovens em Portugal
Maria Manuel Mota propõe antecipação dos rastreios de câncer para jovens em Portugal

A investigadora Maria Manuel Mota, à frente do inovador Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular (GIMM), tem chamado a atenção para a necessidade de antecipar os rastreios de câncer, em especial os relacionados ao câncer colorretal e de mama. Em uma sociedade onde a incidência de tais doenças tem aumentado significativamente entre pessoas abaixo dos 40 anos, é vital que as diretrizes atuais de rastreamento sejam revista. As recomendações rígidas muitas vezes não acompanham a realidade da situação, levando a um atraso no diagnóstico e tratamento.
Um dos principais pontos levantados por Mota é que as mudanças nas taxas de incidência entre os mais jovens demandam uma reavaliação urgente das diretrizes de rastreamento. A recente atualização que prevê a antecipação do rastreio para o câncer de mama dos 50 para os 45 anos, determinada pela Direção-Geral da Saúde (DGS), é um exemplo positivo dessa mudança necessária, que segue as orientações da União Europeia.
A proposta de Mota vai além. Ela defende a ampliação do teste do sangue oculto nas fezes como um método de detecção precoce para o câncer colorretal. Essa abordagem não apenas salvaguarda vidas, mas também proporciona um acesso mais amplo a soluções de saúde que podem ser decisivas. O GIMM, que receberá 42 milhões de euros ao longo de seis anos, está focado em desenvolver estratégias que encurtem o tempo entre a descoberta de novos tratamentos e sua aplicação na prática clínica.
O aumento alarmante do câncer entre os jovens é uma preocupação que Mota deseja endereçar. A pesquisa e a inovação em tratamentos devem andar lado a lado com políticas de saúde pública que assegurem que a população tenha acesso a rastreios atualizados e eficazes. É essencial que a comunicação sobre estas opções seja clara e eficaz, permitindo que a sociedade entenda e utilize os serviços de saúde de maneira responsável, evitando alarmismos que possam gerar pânico desnecessário.
Um dos desafios que a comunidade médica enfrenta é a adaptação das diretrizes às novas realidades epidemiológicas. As autoridades devem estar atentas a dados que indicam o aumento de cânceres, promovendo iniciativas que incentivem o diagnóstico precoce. O papel do GIMM nesse contexto é vital, pois promoverá soluções que podem beneficiar não apenas os jovens, mas toda a população.
A antecipação dos rastreios, como defendido por Mota, pode ser a chave para a redução do número de diagnósticos tardios. Com isso, os tratamentos têm mais chance de serem eficazes, resultado na diminuição da mortalidade por câncer e, consequentemente, um aumento na qualidade de vida dos pacientes. Este é um caminho que todas as instituições devem abraçar, garantindo que a saúde e o bem-estar da população sejam sempre priorizados.
Por fim, a mensagem que Mota deseja passar é clara: é hora de repensar e agir. O câncer colorretal e da mama não devem ser vistos como problemas exclusivamente da população acima de uma certa idade. As estatísticas atuais mostram que a prevenção e o diagnóstico precoce devem ser priorizados para todos, especialmente para os mais jovens. A formação de uma sociedade informada é a melhor arma que temos no combate a essas doenças.
Investir em testes de rastreio mais amplos e acessíveis pode transformar realidades. Para isso, é preciso uma junção de esforços entre instituições de saúde, pesquisadores e a população em geral. O Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular tem a chance de ser um líder nesse movimento, fazendo a diferença na vida de inúmeras pessoas.
Com as diretrizes em evolução e o comprometimento de instituições como o GIMM, há esperança de que estamos no caminho certo para enfrentar essa crescente preocupação de saúde pública. O tempo de espera entre a pesquisa e a prática clínica está sendo reduzido, e isso é um indício encorajador de que cada dia mais vidas poderão ser salvas.