Saúde Pública
Entidades Médicas Solicitam à ANS Rastreio de Câncer de Mama para Mulheres Abaixo de 50 Anos
Entidades Médicas Solicitam à ANS Rastreio de Câncer de Mama para Mulheres Abaixo de 50 Anos

Importância do Rastreamento Precoce do Câncer de Mama
O câncer de mama é uma das principais causas de morte entre mulheres no Brasil. Com uma taxa alarmante de 66,5 novos casos por 100 mil mulheres, é essencial estar atenta à saúde e realizar exames regularmente. O Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), em colaboração com diversas entidades médicas, propôs à ANS que amplie o rastreamento do câncer de mama para mulheres com menos de 50 e acima de 70 anos. Essa solicitação busca garantir que todas as mulheres tenham acesso necessário a exames de mamografia, especialmente em um contexto onde os diagnósticos precoces podem fazer toda a diferença na eficácia do tratamento.
Estudos mostram que o rastreamento em estágios iniciais pode prevenir a necessidade de intervenções mais invasivas e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida das pacientes. A proposta do CBR se contrapõe à sugestão da ANS, que propôs limitar a realização de mamografias a cada dois anos apenas para mulheres de 50 a 69 anos. Essa restrição é vista como um retrocesso na luta contra o câncer de mama, pois pode resultar em diagnósticos tardios e tratamentos mais complexos, gerando não apenas um impacto na saúde, mas também um aumento nos custos do sistema de saúde.
Com dados alarmantes sobre a mortalidade por câncer no Brasil – cerca de 20 mil mortes registradas em 2022 – a urgência de um rastreamento mais acessível se torna ainda mais evidente. O CBR destaca a diferença no tempo de espera pelo diagnóstico entre pacientes com planos de saúde e particulares. Enquanto pacientes que arcam com os próprios custos aguardam em média 31 dias, mulheres com planos de saúde enfrentam uma espera insuportável de até 68 dias, o que pode ser fatal em casos de câncer agressivo.
Comparativo Internacional e Desigualdade no Acesso aos Exames
Comparando os dados do Brasil com os de países de alta renda, a situação torna-se ainda mais preocupante. No Brasil, 22% dos óbitos por câncer de mama ocorrem em mulheres com menos de 50 anos, em contraste com menos de 10% das mortes nessa faixa etária em países desenvolvidos. Essa disparidade aponta para a urgência em ampliar o acesso aos exames de rastreamento. A prevenção é uma ferramenta poderosa e necessária. Desenvolver políticas que garantam que todas as mulheres, independentemente da faixa etária, tenham acesso a exames de mamografia é crucial para salvar vidas e promover uma saúde mais justa e equitativa.
O CBR e as entidades médicas enfatizam que a saúde da mulher não deve ser negociável. O foco deve sempre ser na prevenção e no diagnóstico precoce, pois ambos são fundamentais na luta contra o câncer. Medidas efetivas de rastreamento não só reduzem a mortalidade, mas também minimizam os custos gerais de tratamento, que tendem a aumentar significativamente quando a doença é diagnosticada em estágios mais avançados.
Investir em campanhas de conscientização e promover o rastreamento regular são ações que precisam estar no centro das políticas de saúde pública. Trata-se de um compromisso coletivo para garantir que cada mulher tenha acesso ao cuidado que merece, independentemente de sua classe social ou região em que reside.
Conclusão: O Caminho para uma Saúde Mais Justa
Em conclusão, o pedido do CBR à ANS para ampliar o rastreamento do câncer de mama é uma ação imprescindível e urgentíssima. Com um aumento na incidência do câncer entre mulheres abaixo de 50 anos e a crítica situação da mortalidade, é essencial que as políticas de saúde no Brasil reflitam a realidade e as necessidades da população. O fortalecimento das políticas de rastreamento e a garantia de que todas as mulheres possam realizar os exames necessários são passos cruciais para uma efetiva prevenção e cuidado.
É fundamental que as vozes que pautam a saúde da mulher sejam ouvidas e que a população como um todo se engaje nessa luta por acesso e direitos. Mães, filhas, irmãs e amigas merecem ter o direito à saúde respeitado e as melhores condições para uma vida longa e saudável. Somente assim poderemos erradicar a preocupação com o câncer de mama e olhar para o futuro com esperança.