Política e Governança
Zucco pressiona por anistia e critica Motta em meio a protestos populares
Zucco pressiona por anistia e critica Motta em meio a protestos populares

Na noite de 3 de abril de 2025, durante uma entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS) fez um anúncio significativo: a apresentação de um habeas corpus coletivo em defesa dos presos envolvidos nos tumultos de 8 de janeiro. O objetivo da medida é restaurar a equidade jurídica, questionando decisões que parecem discriminatórias, como a do ministro Alexandre de Moraes, que concedeu prisão domiciliar a uma cabeleireira que vandalizou uma estátua na frente da Corte.
Esse clamor por justiça, segundo Zucco, reflete uma insatisfação crescente entre a população relacionada ao tratamento dos indivíduos que ainda se encontram detidos. O deputado destacou que há uma clara discrepância nas penas aplicadas, utilizando como exemplo o caso de Jaime Junkes, um idoso que, após denúncias de maus-tratos e condições inadequadas na prisão, conseguiu a libertação para prisão domiciliar. Essa situação evidencia uma diferença de tratamento que suscita debates sobre a imparcialidade do Judiciário e a aplicação da lei.
Além de propor o uso do habeas corpus, o deputado também sugere a formação de uma subcomissão na Câmara para investigar as alegações de maus-tratos e condições desumanas nas prisões onde estão os condenados do 8 de janeiro. A ideia é explorar as denúncias que indicam possíveis violações de direitos humanos, o que geraria, segundo ele, um debate mais profundo sobre a questão política subjacente.

Zucco não economizou críticas à postura do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que, conforme afirmou, estaria tentando barrar a urgência na votação do projeto de anistia. O deputado insinuou que a aproximação de Motta com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo um jantar com o ministro Alexandre, representa uma tentativa de conciliação que prejudica aqueles que reivindicam justiça. Ele deixou claro que acredita que a pressão política por parte da oposição precisa ser intensificada para que o projeto de anistia seja pautado rapidamente.
Ademais, o deputado enfatizou que a coleta de assinaturas para que a proposta seja colocada em discussão no plenário é uma tática importante, e demonstrou confiança de que essa iniciativa ganharia força nas próximas semanas. Ele declarou: 'não tenho dúvida que o Hugo Motta não tem mais uma semana pela frente', sublinhando o sentimento de urgência que permeia suas declarações.
Com isso, o debate em torno da anistia e das condições dos prisioneiros envolvidos nos eventos de 8 de janeiro se intensificou, e a demanda por uma abordagem mais justa é refletida na fala de Zucco e no posicionamento da oposição. O cenário se torna ainda mais crítico com os evidentemente conflitantes interesses e a pressão crescente para a mudança nas leis existentes.


Em meio a essa tensão política, Zucco fez um apelo à população para participar de uma manifestação popular marcada para o dia 6 de abril na Avenida Paulista. A proposta é mobilizar cidadãos em torno da questão da anistia e dos “abusos jurídicos” supostamente cometidos contra aqueles que se manifestaram de forma violenta em janeiro. Ele argumentou que a presença da população nas ruas é crucial para pressionar tanto o Congresso quanto o Judiciário a considerar a legitimidade de tais demandas.
O deputado concluiu sua fala ressaltando que a formalização da anistia transpassa barreiras ideológicas, sendo uma prioridade que deve ser abordada sem divisões partidaristas. “Estamos lidando com direitos humanos e justiça para todos”, defendeu Zucco, reforçando a ideia de que a mobilização é imprescindível para fortalecer a voz da oposição e garantir que o tema seja tratado com a seriedade que merece.
Essa movimentação política não é apenas um reflexo das injustiças percebidas, mas também um indicativo da necessidade de o sistema legislativo rever sua posição em relação a casos em que a paz social e os direitos individuais se cruzam. As consequências dessas decisões podem moldar o futuro das relações entre governo, Judiciário e sociedade civil.
