Política e Governança
STF favorece governo Lula em 89% das ações constitucionais, revela levantamento da AGU
STF favorece governo Lula em 89% das ações constitucionais, revela levantamento da AGU

Estatísticas de Sucesso da AGU no STF
Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou um dado interessante: o governo Lula obteve sucesso em 89% das ações constitucionais nas quais a Advocacia-Geral da União (AGU) se manifestou. Esse levantamento, realizado pela própria AGU, forneceu números que indicam 99 resultados positivos para o governo federal em um total de 111 ações desde o início deste mandato.
A AGU, que é a instituição responsável pela defesa dos interesses da União, comemorou esses números, especialmente uma taxa de sucesso de 74% considerando 5.888 processos em total. O advogado-geral da União destacou que a intenção é persistir na busca por resultados ainda mais favoráveis em 2025, renovando o compromisso com a eficácia das ações judiciais.
É importante mencionar, no entanto, que a AGU não divulgou dados comparativos relativos ao governo anterior, de Jair Bolsonaro, que esteve no poder entre 2019 e 2022. Essa falta de informações gerou discussões entre especialistas sobre a diferença no comportamento do STF em relação aos dois governos, levantando questões sobre os critérios que a Corte utiliza em suas decisões.
Composição da Corte e Decisões Judiciais
A professora de direito constitucional Gabriela Zancaner, da PUC-SP, oferece uma interpretação para essa discrepância nos resultados. Segundo ela, a composição atual do STF é mais favorável a Lula, tendo em vista que a maioria dos ministros foi indicada por gestões petistas. A professora também acredita que o governo Lula demonstra um comportamento mais rigoroso no cumprimento dos limites constitucionais, algo que contrasta com a abordagem do governo anterior.
Enquanto algumas vozes defendem que as decisões da Corte estão alinhadas com a inclinação política dos ministros, outros pontos de vista surgem. O professor Álvaro Palma de Jorge, da FGV Direito Rio, argumenta que a análise dos processos que chegam ao STF e o timing das ações são fatores que possuem maior influência nas decisões. Ele sugere que a impressão de que o STF era mais crítico ao governo Bolsonaro deve-se à condução deste nas questões jurídicas.
Esse ponto de vista abre espaço para um debate mais amplo sobre o papel do judiciário e sua função em um sistema democrático. A forma como os governantes se relacionam com as instituições e a maneira como as demandas judiciais são apresentadas têm um impacto significativo sobre a jurisprudência e as decisões futuras da Corte.
Perspectivas Futuras para a AGU
Com as eleições se aproximando, a atuação da AGU e suas estratégias em litígios constitucionais também devem ser revistas e aprimoradas. É essencial que o órgão não apenas busque um aumento em suas taxas de sucesso, mas que também se comprometa com a transparência e a ética na condução de seus casos. A comparação com o governo anterior também será crucial para entender se a postura da AGU e seus resultados refletem realmente uma mudança na bandeira política ou se são resultado de outras dinâmicas institucionais.
Enquanto isso, o cenário político continua a se desdobrar, e com ele surgem novos desafios para o STF e a AGU. A interação entre o governo, o judiciário e a sociedade civil será um fator determinante para a manutenção da ordem constitucional e para a defesa dos direitos fundamentais. Observar essas dinâmicas se torna vital para entender o futuro do Brasil sob a ótica das decisões judiciais e da atuação governamental.
Com essas mudanças e ajustes, o último mandato de Lula poderá não apenas trazer resultados para questões atuais, mas também moldar a forma como as futuras administrações se apresentarão diante do STF. Das ações a serem tomadas hoje, surgem as lições e precedentes que marcarão a jurisprudência do amanhã.