Política e Governança
Oposição pede afastamento de secretário do MEC por suposto favorecimento à ONG internacional
Oposição pede afastamento de secretário do MEC por suposto favorecimento à ONG internacional

Recentemente, o líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), apresentou uma representação formal ao Tribunal de Contas da União (TCU), pedindo o afastamento de Leonardo Osvaldo Barchini Rosa do seu cargo como secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC). As alegações diretamente relacionadas ao favorecimento da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), uma entidade internacional baseada na Espanha, estão no centro da controvérsia. Barchini, que ocupou a posição de diretor da OEI no Brasil até julho de 2024, foi acusado de utilizar sua influência para beneficiar a organização.
Em seu documento, Zucco solicita não apenas o afastamento de Barchini, mas também a suspensão de um contrato no valor de R$ 478 milhões, que visa à organização da COP30 a ser realizada em novembro no estado do Pará. Esse contrato já havia gerado polêmica por não ter passado por um processo licitatório, um aspecto que suscita preocupações sobre a transparência na contratação de serviços públicos e no uso de recursos governamentais.
Desde que Barchini assumiu seu cargo, os repasses ao OEI experimentaram um crescimento exponencial. De acordo com os dados apresentados por Zucco, o governo brasileiro aumentou os gastos com a ONG de R$ 46,8 milhões para impressionantes R$ 133,4 milhões em apenas seis meses. Esse aumento notório contrasta com os R$ 79 milhões que foram repassados à OEI durante toda a gestão anterior, o que levanta sérias questões sobre a gestão fiscal e a alocação de recursos públicos.

Além disso, o deputado critica a falta de contrapartidas efetivas e a liberação de doações que totalizam R$ 98,1 milhões, sem a devida exigência de prestação de contas. Para Zucco, essas doações, desprovidas de requisitos rigorosos, representam um desvio significativo de recursos e indicam uma gestão pública vulnerável à corrupção. Ele também menciona a existência de uma relação estreita entre Barchini e o diretor-geral da OEI, Mariano Jabonero, o que poderia sugerir um conluio que favorece a ONG em detrimento do interesse público.
Outra preocupação levantada na representação diz respeito à legalidade dos pagamentos antecipados feita ao OEI. Essa prática, conforme argumenta Zucco, é uma clara evidência da falta de transparência que permeia o acordos entre o governo e organizações internacionais. Em tempos de crise financeira, a população exige maior responsabilidade na administração desses recursos, e cada vez mais se tornam cruciais os mecanismos de controle que assegurem a correta utilização do dinheiro público.
O deputado Kim Kataguiri (União-SP) também se juntou à causa, protocolando uma representação semelhante, o que amplia as suspeitas em torno da clara ligação entre a OEI e o atual governo. Esse movimento é um indicativo de uma oposição unida na demanda por maior transparência e da correta aplicação de verbas públicas, que são essenciais para enfrentar as dificuldades enfrentadas pelo povo brasileiro.

A OEI e Barchini, até o momento, não se pronunciaram publicamente sobre as verificações e alegações levantadas por Zucco e Kataguiri. Contudo, a situação criou um debate fervoroso em torno da gestão de recursos públicos e da interatividade do governo com entidades internacionais. A situação é um alerta, um chamado para que autoridades e responsáveis pela gestão pública se atentem para a necessidade de maior rigor e supervisão na utilização de recursos que pertencem ao povo. Ao final, toda essa discussão coloca em pauta a essencialidade da accountability e da transparência nas ações de governo, fundamentais para a construção de uma administração pública mais justa e eficiente.