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Política e Governança

Itaipu enfrenta críticas por convênios sociais com mais bolas do que crianças atendidas

Itaipu enfrenta críticas por convênios sociais com mais bolas do que crianças atendidas


O convênio social da Itaipu Binacional gera polêmicas devido à falta de transparência na gestão de recursos. Com R$ 2 bilhões investidos, especialistas questionam a eficácia de projetos como 'Bio Favela'.
24 fevereiro 2025
O convênio social da Itaipu Binacional gera polêmicas devido à falta de transparência na gestão de recursos. Com R$ 2 bilhões investidos, especialistas questionam a eficácia de projetos como 'Bio Favela'.
24 fevereiro 2025
Itaipu enfrenta críticas por convênios sociais com mais bolas do que crianças atendidas

Nos últimos anos, o convênio social gerido pela Itaipu Binacional tem sido alvo de intensas críticas. Especialistas apontam para a falta de clareza na gestão dos recursos investidos, que ultrapassam a marca de R$ 2 bilhões. Com mais de 120 convênios firmados, desde a chegada de Enio Verri à direção, questões como transparência e eficácia dos gastos emergem com força. Embora a empresa defenda seus projetos com supervisão rigorosa e acompanhamento, muitos ainda questionam a adequação dessa gestão diante da escassez de informações disponíveis.

Um dos projetos que gerou grande repercussão é o “Bio Favela – Cufa e Itaipu pela Vida na Favela”. Este projeto, voltado para atividades esportivas e culturais, promete ampliar sua atuação de 20 para 40 favelas. Contudo, um detalhe chamativo é a aquisição de 3,1 mil bolas para atividades, número que surpreende, uma vez que supera a quantidade de jovens atendidos. Em sua fase inicial, o custo por bola era de R$ 300, levando a um ajuste para R$ 200, o que desencadeou polêmicas sobre a gestão dos recursos públicos e a real necessidade desses investimentos.

Além disso, convênios como o “Programa de Capacitação AMP 4.0” têm suscitado debates sobre a terceirização do ensino, levantando preocupações sobre a regularidade e a efetividade do processo de capacitação que propõe. A Itaipu, com considerável autonomia financeira - refletida nos US$ 450 milhões arrecadados em tarifas de energia apenas em 2023 - tem seu papel discutido nas esferas pública e privada. A gestão de recursos e a destinação deles permanecem em discussão, refletindo o desejo da sociedade por uma administração cada vez mais transparente e eficaz.



Prefeitos e autoridades locais frequentemente se pronunciam sobre a importância das iniciativas sociais da Itaipu, mas as críticas em relação à falta de detalhes nos projetos continuam. As comunidades, que são as principais beneficiárias, esperam mais clareza sobre como os recursos são alocados e qual o impacto real dessas ações. É fundamental que esses convênios sejam acompanhados de perto para assegurar que os objetivos propostos sejam alcançados de maneira eficiente e transparente.

A proposta do “Bio Favela” se destaca, mas traz à tona um debate sobre a eficiência do uso dos recursos públicos. Ao invés de simplesmente comprar bolas, seria mais benéfico ouvir as necessidades reais das comunidades e criar programas que realmente atendam as demandas locais, promovendo um desenvolvimento sustentável e empoderando as comunidades carentes. A transparência, neste caso, é essencial para assegurar que as iniciativas sejam bem recebidas e eficazes.

Por outro lado, o “Programa de Capacitação AMP 4.0” evidencia a necessidade de um formato de educação que respeite a autonomia local e amplie as possibilidades de atuação dos gestores. A terceirização do ensino deve ser avaliada com cautela, garantindo que os profissionais capacitados tenham acesso a uma formação de qualidade e que as políticas implementadas reflitam os interesses da população. O debate sobre a regularidade e a efetividade dos processos se faz cada vez mais necessário.



Conforme as discussões sobre a gestão dos recursos se intensificam, a Itaipu Binacional deve considerar estratégias que permitam um maior engajamento da sociedade civil. A participação dos cidadãos nos processos de decisão pode não apenas aumentar a transparência, mas também assegurar que os aspectos sociais sejam atendidos de maneira mais eficaz. Além disso, a prestação de contas deve ser uma prioridade, e uma comunicação clara das ações realizadas pode ajudar a restaurar a confiança na gestão dos convênios.

Com os desafios enfrentados e as questões de transparência em pauta, o papel da Itaipu Binacional em suas iniciativas sociais se torna um assunto ainda mais relevante. A necessidade de um olhar crítico sobre a destinação de recursos e a efetividade das ações é premente. As favelas que participam dos programas devem ser ouvidas, e a construção de políticas públicas deve ser um processo colaborativo que considere as voz das comunidades.

Em suma, a Itaipu Binacional enfrenta um período de revisão e reflexão sobre suas ações sociais. Um compromisso genuíno com a transparência e a eficiência não apenas beneficiará as comunidades carentes, mas também reforçará a legitimidade da empresa perante a sociedade. A colaboração entre diferentes setores pode levar a um futuro mais promissor, onde os projetos sociais se traduzam em mudanças reais e significativas na vida das pessoas atendidas.

Fonte:


https://revistaoeste.com/brasil/itaipu-convenio-social-tem-mais-bolas-que-criancas-atendidas/
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