França em Busca de Soluções Fiscais

A França está passando por um momento crítico em suas finanças públicas, levando o novo primeiro-ministro, Michel Barnier, a considerar aumentos significativos nos impostos para empresas e indivíduos de alta renda. A pressão do presidente Emmanuel Macron tem sido intensa, já que o país enfrenta desafios econômicos sem precedentes, principalmente devido à crescente dívida pública que ultrapassa € 3 trilhões.

Desafios Financeiros e a Necessidade de Ação

Os custos de empréstimos da França chegaram a um ponto alarmante, o mais alto desde a crise financeira global de 2008. Com uma dívida equivalente a mais de 110% do PIB, a necessidade de um plano de ação para estabilizar a economia é urgente. Barnier está à frente de um movimento que busca reverter cortes de impostos implementados durante o governo de Macron, que criaram um déficit orçamentário considerável.

Propostas de Aumento de Impostos

O primeiro-ministro apresentou uma série de propostas que poderiam mudar o cenário fiscal da França:

• Reversão de Cortes de Impostos: A proposta de reverter cortes de impostos corporativos e de riqueza, que resultaram em perda de receitas tributárias, é uma das principais medidas discutidas. Isso poderia significar um retorno a uma tributação mais elevada para as empresas.
• Aumento de Imposto Fixo: Barnier discute um aumento do imposto fixo para até 35%, projetando arrecadar até € 300 milhões em novas receitas anuais.
• Imposto Temporário sobre Superlucros: A introdução de um imposto temporário sobre os “superlucros” poderia ser uma forma direta de arrecadar impostos de grandes setores, especialmente aqueles que obteram lucros crescentes durante a pandemia.
• Restauração do Imposto sobre a Riqueza: Embora ainda não confirmado, a reimplementação desse imposto poderia contribuir anualmente com bilhões às finanças do país.

Reações do Setor Empresarial

O setor empresarial da França apresentou respostas mistas às propostas de Barnier. Enquanto alguns líderes empresariais expressaram disposição para discutir o aumento de impostos, outros, como Patrick Martin, presidente da Medef, enfatizaram a necessidade de reduzir gastos governamentais e evitar penalizações ao investimento.

Expectativas Futuras

Com a previsibilidade de um déficit orçamentário de 6% do PIB previsto para 2024, o governo francês está sob pressão para agir rapidamente e atrair investimentos. Os próximos passos incluem não apenas a implementação das novas propostas, mas também a garantia de que a confiança dos investidores internacionais seja mantida. Com a possibilidade de novas taxas se aproximando, a França poderá ver uma mudança significativa na estrutura tributária e financeira do país nos próximos meses.

Fonte:

Revista Oeste - https://revistaoeste.com/mundo/franca-considera-aumentar-impostos-para-super-ricos-e-empresas/