Mia Couto, renomado autor moçambicano, é um dos mais significativos nomes da literatura de língua portuguesa contemporânea. Em seu mais recente romance, A Cegueira do Rio, lançado em outubro de 2024, Couto aborda a subversão do domínio colonial, explorando a importância da palavra escrita e da leitura como formas de resistência e libertação. No Encontro de Leituras de Abril, que ocorrerá no dia 8 de abril em Lisboa, ele discutirá sua obra, proporcionando uma oportunidade única para os interessados em literatura e cultura moçambicana.

O Encontro de Leituras, em colaboração com o PÚBLICO e a revista Quatro Cinco Um, é um espaço que fomenta o debate sobre literatura em língua portuguesa. Além de Mia Couto, a sessão contará com a presença da jornalista Isabel Coutinho e de Paulo Werneck, diretor de redação da Quatro Cinco Um. Juntos, guiados pela temática do romance, os participantes discutirão a narrativa rica e multifacetada que o autor apresenta, focando em personagens como Nataniel Jalasi e Aluzi Msafiri, que trazem vozes únicas ao enredo.

Com 328 páginas, A Cegueira do Rio é mais do que uma simples história; é uma rica tapeçaria de experiências e vozes que dialogam sobre a história de Moçambique, com destaque para eventos como a Revolta dos Maji-Maji. A interseção de elementos ficcionais e históricos na obra de Couto não apenas enriquece a narrativa, mas também traz à luz as narrativas frequentemente esquecidas ao longo do tempo, permitindo uma reflexão sobre a colonização e suas consequências.

Em A Cegueira do Rio, Mia Couto leva os leitores por um caminho de descoberta, onde cada personagem representa uma faceta diferente da experiência moçambicana. Nataniel Jalasi, o sipaio, e a profetisa Aluzi Msafiri trazem à tona questões profundas sobre identidade e pertença em um contexto de colonialismo e luta. A leitura do romance se torna um exercício não apenas de apreciação estética, mas também de compreensão sociocultural, revelando as complexidades da nação africana.

Os provérbios e tradições que permeiam o texto são uma janela para a rica herança cultural moçambicana, servindo como um lembrete da diversidade de vozes e histórias que existem no continente africano. Essa multiplicidade de narrativas é uma das contribuições mais significativas de Couto para a literatura, já que desafia a hegemonia de uma única forma de expressão e convida o leitor a expandir seus horizontes.

O Encontro de Leituras se destaca não apenas como uma oportunidade de interagir com um dos grandes escritores do nosso tempo, mas também como um convite para todos aqueles que conhecem e apreciam a literatura em português. Em um ambiente acessível e virtual, todos poderão participar da discussão sobre os temas atuais apresentados por Couto. É um espaço de aprendizado e troca, onde a literatura torna-se ponte para construir diálogos e entendimentos em um mundo repleto de desafios.

A obra de Mia Couto, A Cegueira do Rio, promete não só entreter, mas também provocar reflexões importantes sobre questões sociais, políticas e históricas. A habilidade do autor em tecer ficção com a realidade oferece ao leitor uma nova perspectiva sobre a história de Moçambique e sobre o impacto duradouro do colonialismo. Enquanto os personagens revelam suas vivências, a narrativa convida o público a refletir sobre como as palavras têm o poder de moldar a realidade e facilitar a resistência.

O evento via Zoom se torna, portanto, uma chance ímpar para o público se conectar com a obra de Couto de forma íntima e interativa. O autor, conhecido por sua sensibilidade e profundidade, certamente trará insights valiosos sobre seus personagens e suas motivações. Os amantes da literatura irão se beneficiar imensamente deste diálogo, que promete enriquecer a apreciação de sua obra.

Assim, os leitores que se unirem a esta experiência não apenas terão a oportunidade de ouvir de um mestre da literatura, mas também de explorar as complexidades da condição humana, as nuances da cultura moçambicana e a relevância atemporal de suas histórias. O Encontro de Leituras será um marco na promoção da literatura em português e no fortalecimento das conexões literárias entre os países de língua portuguesa.

Fonte: