Eventos e Tradições
Cancelamento do Amplifest de 2025 devido ao aumento exorbitante de preços de aluguel
Cancelamento do Amplifest de 2025 devido ao aumento exorbitante de preços de aluguel

O Hard Club, famoso por sua relevância na cena cultural do Porto, encontrará um vazio significativo em 2025 com o cancelamento do Amplifest. Este festival, que ao longo de dez edições marcou presença com uma mistura de artistas renomados e novas promessas, enfrentou um obstáculo financeiro colossal. O aumento de 400% no aluguel do espaço não é uma simples questão de custos, mas reflete um cenário mais amplo de mudanças econômicas e sociais na cidade.
Organizado por André Mendes e pela promotora Amplificasom, o festival não é apenas um evento de música; é uma vitrine para a diversidade artística. A decisão de cancelar o Amplifest não foi fácil. Mendes destacou que manter a qualidade do evento num cenário onde os ingressos chegariam a 300 euros seria insustentável, comprometendo assim a experiência para o público que sempre apoiou o festival.
A cena cultural independente do Porto sempre dependia de espaços como o Hard Club, que se tornou um símbolo de resistência frente à gentrificação. Ao longo dos anos, o Amplifest se consolidou não só como um festival, mas como um encontro de tendências, onde artistas emergentes tiveram a chance de se apresentar ao lado de nomes consagrados, criando um rico intercâmbio cultural.
O impacto da decisão do Hard Club será sentido por muitos, pois o Amplifest é um evento que atrai amantes da música de várias partes do país e até do exterior. Além de ser uma plataforma importante para artistas, o festival representa um espaço de diálogo e troca entre diferentes gerações e estilos musicais. Com a realidade da gentrificação se tornando mais visceral, o incapacidade de manter eventos culturais acessíveis deve ser um chamado à ação para a comunidade e para os organizadores de eventos na cidade.
O cancelamento do Amplifest expõe uma preocupação crescente: como as cidades valorizam seus espaços culturais e o que está sendo feito para preservar a acessibilidade e a diversidade artística em meio a pressões econômicas. O aumento no custo de aluguéis não é algo que afeta apenas um festival, mas representa uma tendência que pode levar à homogenização da cena cultural, eliminando oportunidades para artistas inovadores e eventos que cultivam a diversidade.
Os organizadores estão determinados a não deixar que este cancelamento seja o fim do Amplifest. Em vez disso, buscam alternativas que permitam continuar com a realização do festival em um formato que seja economicamente viável. A luta é contra a gentrificação cultural, uma batalha que requer colaboração e suporte da comunidade e de todos que valorizam a arte e a cultura local.
A busca por novas localizações apresentou desafios, mas também possibilidades. Organizar um festival que respeite os valores culturais da cidade é uma meta importante. Os organizadores estão explorando parcerias com espaços que possam oferecer condições mais favoráveis, além de cultivar um pensamento coletivo que envolva todos os interessados: artistas, fãs e a própria comunidade. O futuro do Amplifest pode ainda ser incerto, mas a paixão pela música e pela arte continua viva.
O cancelamento de 2025 deve servir como um alerta não apenas para o Amplifest, mas para todos os festivais e eventos culturais que enfrentam desafios semelhantes. A luta de Mendes e da Amplificasom é emblemática e deve inspirar outras iniciativas a buscar soluções criativas para garantir que a arte e a cultura continuem a prosperar em um cenário que muda rapidamente.