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ARUS FEMIA: A história do arroz africano e suas raízes culturais na Guiné-Bissau

ARUS FEMIA: A história do arroz africano e suas raízes culturais na Guiné-Bissau


A peça "ARUS FEMIA" de Zia Soares aborda a migração do arroz africano e suas implicações culturais, revelando histórias de resistência histórica.
21 março 2025
A peça "ARUS FEMIA" de Zia Soares aborda a migração do arroz africano e suas implicações culturais, revelando histórias de resistência histórica.
21 março 2025
ARUS FEMIA: A história do arroz africano e suas raízes culturais na Guiné-Bissau

A peça "ARUS FEMIA", criada pela encenadora Zia Soares, promete explorar temas profundos e relevantes, como a migração do arroz africano durante o colonialismo e a atual situação da Guiné-Bissau, ameaçada pela elevação do nível do mar. A arte, além de ser um meio de entretenimento, tem o poder de contar histórias e refletir realidades que muitas vezes são ignoradas. Zia compartilhou, em suas declarações, que até pouco tempo atrás não tinha pleno conhecimento sobre a história do arroz africano e sua importância na cultura das mulheres africanas que foram afetadas pelo tráfico de pessoas. Essa revelação deu origem a uma narrativa rica e complexa, que ela agora leva ao palco.

A narrativa histórica contada na peça destaca um aspecto muitas vezes esquecido da resistência cultural. Durante o tráfico negreiro, mulheres africanãs encontraram formas de preservar sua identidade e seus valores através da agricultura, escondendo sementes de arroz em suas tranças. Essa prática não só assegurou a subsistência das comunidades quilombolas nas Américas, mas também representou um ato de resistência e de preservação cultural que se estende até os dias atuais. Ao trazer essa história à tona, Zia Soares busca iluminar as ligações entre passado, memória, e identidade cultural, refletindo sobre como estas experiências moldaram o presente.

A peça será apresentada no Teatro do Campo Alegre e contará com diálogos em português e crioulo, amplificando a autenticidade e a relevância da história contada. A linguagem utilizada não apenas tornará a peça acessível a um público mais amplo, mas também adicionará uma camada de profundidade ao contexto cultural apresentado. A colaboração com Xullaji, um colaborador habitual de Zia Soares, promete enriquecer ainda mais a performance, garantindo que a estética e as mensagens transmitidas se conectem profundamente com a audiência.



Outro aspecto essencial abordado em "ARUS FEMIA" é a relação intrínseca entre as tradições culturais africanas e as mudanças ambientais atuais, como a elevação do nível do mar, que representa uma ameaça real para comunidades costeiras, como na Guiné-Bissau. O espetáculo não apenas retrata a trajetória histórica do arroz africano, mas também abre um diálogo sobre a urgência das questões climáticas que afetam direta e indiretamente essas populações. Assim, a peça se torna um espaço privilegiado para refletir sobre as consequências das ações humanas sobre o planeta e como elas impactam a vida das pessoas, especialmente as mais vulneráveis.

Por meio do teatro, Zia Soares quer provocar uma discussão mais ampla sobre identidade, pertencimento e conservação cultural. O desejo de preservar a história do arroz africano e a memória dos que lutaram para garantir sua sustentabilidade é um convite à reflexão sobre a importância de reconhecer e valorizar tradições. O papel das mulheres no processo histórico é primordial, e a peça busca destacar como elas foram agentes de mudança e resistência, mesmo diante das adversidades. A história do arroz, portanto, torna-se um símbolo dessa luta.

Artistas e ativistas engajados, como Zia Soares, estão cada vez mais utilizando suas plataformas para ressaltar a importância da cultura e seu papel na preservação da identidade como um todo. Peças como "ARUS FEMIA" não apenas entretêm, mas também educam e mobilizam as pessoas a refletirem sobre suas heranças e o legado que querem deixar para as futuras gerações. A conexão entre passado e presente, tradição e inovação, é fundamental para a continuidade dessas especificidades culturais.



A conclusão de "ARUS FEMIA" é um chamado à ação, não apenas para o público presente no teatro, mas para a sociedade como um todo. A peça nos lembra da importância da preservação cultural, da memória e do reconhecimento das lutas passadas que ainda reverberam no presente. O arroz, com sua rica história e simbolismo, representa não apenas a sustância física, mas também as raízes das identidades que perduram. Ao assistir a este espetáculo, espera-se que o público possa refletir sobre o valor da tradição e reconhecer a necessidade urgente de agir em prol da sustentabilidade cultural e ambiental.

Os temas abordados são universais; a migração, a defesa da cultura e o impacto do clima sobre as vidas das pessoas são preocupações que ultrapassam fronteiras geográficas e temporais. A obra de Zia Soares tem um potencial transformador, fomentando diálogos que podem gerar mudanças significativas na forma como percebemos e interagimos com a cultura e o meio ambiente. A peça, ao trazer estas questões à cena, é uma ação que não só se limita ao ato de encenar, mas funciona como uma semente de reflexão e ação.

Assim, "ARUS FEMIA" não é apenas uma obra de arte; é um manifesto cultural e uma celebração da resistência e da criatividade. Com uma abordagem acessível e relevante, Zia Soares espera cativar e conscientizar seu público, ressaltando a necessidade de reconhecer e apoiar as tradições que moldaram a história e continuam a influenciar a sociedade atual.

Fonte:


https://www.publico.pt/2025/03/21/culturaipsilon/noticia/zia-soares-passou-riso-lagrimas-germinar-2126756.
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