Inteligências artificiais
Inteligência Artificial e a Nova Era Cultural: Desafios e Oportunidades no Brasil e em Portugal
Inteligência Artificial e a Nova Era Cultural: Desafios e Oportunidades no Brasil e em Portugal
No evento Diálogos Culturais Luso-Brasileiros, especialistas discutem o impacto da IA nas indústrias criativas, abordando direitos autorais e proteção cultural.
No evento Diálogos Culturais Luso-Brasileiros, especialistas discutem o impacto da IA nas indústrias criativas, abordando direitos autorais e proteção cultural.

A Inteligência Artificial (IA) tem desempenhado um papel transformador em diversas esferas, incluindo a cultura e a criatividade. Durante os recentes Diálogos Culturais Luso-Brasileiros, realizados em São Paulo, especialistas se reuniram para discutir o impacto e os desafios dessa tecnologia nas indústrias criativas. Marcos Souza, do Ministério da Cultura do Brasil, destacou a importância de garantir que a IA não substitua a criatividade humana, mas sim que funcione como uma aliada. Os impactos da IA sobre os direitos autorais na música e nas artes visuais foram temas centrais das discussões, apresentando um cenário de incertezas e oportunidades. É fundamental que as criações digitais e as produções artísticas sejam compatíveis com a inovação proporcionada pela IA, sem que isso comprometa a autoria e os direitos dos criadores.
Para o objetivo de proteção e regulamentação, Miguel Carretas, de Portugal, enfatizou a necessidade urgente de regulamentações que protejam a dignidade do autor. Essa questão se torna ainda mais relevante em um mundo cada vez mais digital, onde as produções culturais e artísticas são facilmente acessíveis e replicáveis. As preocupações com os direitos autorais são imprescindíveis para assegurar que os artistas recebam a devida compensação pelo seu trabalho, especialmente no contexto em que a tecnologia avança de forma acelerada. Isso também se aplica ao panorama noticioso, onde a defesa dos conteúdos é vital para os profissionais da imprensa. A remuneração justa é um tema não apenas de justiça, mas de sobrevivência para os veículos de comunicação.
O público presente também se envolveu em conversas sobre o fortalecimento do mercado audiovisual luso-brasileiro. Com um histórico de colaboração nesse setor, a atualização de acordos de coprodução filmográfica se fez necessária para atender os desafios contemporâneos. As produções conjuntas entre Brasil e Portugal têm o potencial de enriquecer o cenário cultural global, proporcionando novas narrativas e formatos que atraem audiências diversas. Esta segunda edição dos Diálogos Culturais Luso-Brasileiros demonstrou o compromisso contínuo entre os países em não só enfrentar os desafios impostos pela IA, mas também aproveitar as oportunidades que ela pode oferecer para a criatividade humana e a inovação nas artes.
A importância da língua portuguesa como um elo cultural entre Brasil e Portugal foi um ponto de destaque durante o evento. As ministras Margareth Menezes e Dalila Rodrigues enfatizaram como a língua não apenas conecta os dois países, mas também fortalece as identidades culturais de suas comunidades. As trocas linguísticas e culturais têm desempenhado um papel vital na consolidação das indústrias criativas em ambas as nações. O valor da língua portuguesa é mais do que uma questão linguística; é um elemento que transcende as barreiras e promove a colaboração em várias áreas culturais.
Com o advento da tecnologia, a digitalização dos conteúdos culturais se proliferou, trazendo à tona a importância da gestão e proteção desses conteúdos. A digitalização abre portas para um alcance global, mas também requer atenção especial em sua proteção legal. A proteção de direitos autorais e propriedade intelectual se torna vital para assegurar que os criadores obtenham os benefícios financeiros e morais de suas obras. Portanto, o evento também abordou a promoção de uma cultura que valoriza a criação e a inovação, destacando a necessidade de um suporte institucional contínuo que faça frente aos desafios que surgem no campo digital.
A discussão sobre a IA também abrangerá futuras propostas e iniciativas conjuntas entre Brasil e Portugal. Testes e demonstrações de como a IA pode ser um aliado em processos criativos foram sugeridos, apontando para um futuro em que a colaboração entre humano e máquina redefine as fronteiras da criação artística. O legado desses encontros é um convite à reflexão sobre o papel que a tecnologia desempenha em nossas vidas e como podemos moldá-la para ser um recurso valioso. Conclusivamente, a colaboração internacional se configura como um fator crucial para enfrentar a crescente complexidade do panorama cultural global.
Em síntese, os Diálogos Culturais Luso-Brasileiros destacam a relevância da troca cultural e da proteção dos direitos autorais em face do crescente avanço da IA. A criatividade humana, em conflito e em colaboração com a tecnologia, é um tema que exige atenção contínua de criadores, legisladores e da sociedade como um todo. É necessário promover um ambiente onde as inovações tecnológicas sejam utilizadas para enriquecer a cultura e não para substituí-la. O compromisso em regulamentar e proteger os talentos nas indústrias criativas é essencial para garantir que a criatividade continue a florescer, mesmo em tempos em que a tecnologia interfere em seus processos. O fortalecimento das relações luso-brasileiras só se tornará mais eficaz à medida que ambos os países se unirem em torno dessas causas, garantindo um futuro dinâmico e criativo.

Fonte:
https://www.publico.pt/2025/02/23/publico-brasil/noticia/impacto-inteligencia-artificial-industria-criativa-desafio-impor-limites-2123490.41511 visualizações