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Movimentos Sociais

ONG moçambicana denuncia assassinato de apoiantes de Mondlane em clima de agitação social

ONG moçambicana denuncia assassinato de apoiantes de Mondlane em clima de agitação social


A recente denúncia de assassinatos de apoiantes de Venâncio Mondlane em Moçambique revela a escalada da violência e a luta por direitos democráticos.
09 de março de 2025
A recente denúncia de assassinatos de apoiantes de Venâncio Mondlane em Moçambique revela a escalada da violência e a luta por direitos democráticos.
09 de março de 2025
ONG moçambicana denuncia assassinato de apoiantes de Mondlane em clima de agitação social

A situação em Inhambane, Moçambique, tem se intensificado com a recente denúncia de assassinatos de apoiantes do ex-candidato à presidência, Venâncio Mondlane. Os assassinatos, que elevaram o número total de apoiantes mortos para 13 desde as contestações eleitorais de outubro, têm gerado um ambiente de medo e insegurança na região. Os eventos trágicos ocorreram enquanto os jovens estavam dentro de um veículo, sendo alvo de esquadrões da morte, segundo informações de fontes próximas a Mondlane.

Os assassinos ainda não foram identificados, mas o clima de terror se agrava, especialmente após imagens que circularam nas redes sociais, mostrando o veículo das vítimas com sinais claros de violência. A repercussão desses atos tem mobilizado a população local, que já demonstra insatisfação com os resultados das eleições, onde Daniel Chapo foi declarado vencedor. Protestos e manifestações têm sido frequentes na região de Massinga desde que os resultados foram divulgados.

Dinis Tivane, assessor político de Mondlane, utilizou sua conta no Facebook para relatar os homicídios, classificando-os como parte de uma estratégia violenta para silenciar opositores. O aumento da violência política na região é alarmante, com relatos de mais de 300 pessoas mortas desde o início das contestações, embora o governo reconheça apenas 80 óbitos. Essa discrepância nos dados de vítimas evidencia a gravidade da situação e a necessidade urgente de resposta das autoridades para a proteção dos cidadãos.



A mudança no cenário político de Moçambique, após as eleições de outubro, tem sido marcada por conflitos e um elevado número de fatalidades. A jovem população que se mobilizou em torno de Mondlane vem sofrendo as consequências dessa repressão, com a queda de vários estabelecimentos comerciais, escolas e unidades de saúde na região de Massinga. As manifestações, que inicialmente buscavam apenas contestar os resultados eleitorais, escalaram em violência e vandalismo, exigindo uma resposta do governo.

O governo, por sua vez, enfrenta um dilema ao tentar controlar a situação sem acirrar ainda mais os ânimos da população. Enquanto as perdas humanas aumentam, a falta de ação imediata pode ser interpretada como um sinal de aprovação ao uso de força contra os opositores. Em um cenário em que a desconfiança entre governo e oposição cresce, a mediação de organizações não governamentais, como a Plataforma Decide, é vital para que um diálogo pacífico e construtivo ocorra.

As imagens das manifestações e os relatos de violência têm chamado a atenção internacional, levando a uma pressão crescente sobre o governo de Moçambique para que tome medidas adequadas que garantam segurança e direitos humanos. As redes sociais têm sido fundamentais para a divulgação dos acontecimentos, permitindo que informações sobre a situação saiam do país e cheguem a uma audiência global sedenta por justiça e verdade.



A situação política em Moçambique levanta questões sobre a segurança das eleições e a proteção dos direitos civis. A morte de apoiantes de um candidato opositor não é somente uma tragédia pessoal, mas um reflexo da luta pela democracia no país. À medida que os cidadãos de Inhambane se organizam para reivindicar seus direitos, a importância de um debate aberto e respeitoso torna-se crucial. As experiências da população local devem ser ouvidas, e a resposta do governo precisa focar na resolução pacífica do conflito.

Com um crescente apelo por justiça, espera-se que a pressão internacional leve a ações eficazes, promovendo um ambiente de proteção para os cidadãos. O apoio de organizações criminosas e a impunidade devem ser abordados com urgência, para que episódios lamentáveis como esse não voltem a ocorrer. A comunidade internacional também precisa se unir para garantir que os princípios democráticos e os direitos humanos sejam respeitados em Moçambique.

A continuidade de uma democracia saudável depende do respeito à vida e dignidade dos indivíduos, e a comunidade global deve estar atenta aos eventos que estão se desenrolando. Venâncio Mondlane e seus apoiantes simbolizam a luta pela democracia em um país que há muito anseia por paz e estabilidade.

Fonte:


https://www.publico.pt/2025/03/09/mundo/noticia/plataforma-eleitoral-mocambicana-denuncia-homicidio-dois-apoiantes-mondlane-2125273.