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Movimentos Sociais

MST realiza invasões no Rio Grande do Sul e realiza vigília no Incra em busca de reforma agrária

MST realiza invasões no Rio Grande do Sul e realiza vigília no Incra em busca de reforma agrária


No Rio Grande do Sul, o MST mobiliza famílias em busca de reforma agrária, instaurando vigília no Incra. Ação visa pressionar por direitos fundamentais.
04 dezembro 2024
No Rio Grande do Sul, o MST mobiliza famílias em busca de reforma agrária, instaurando vigília no Incra. Ação visa pressionar por direitos fundamentais.
04 dezembro 2024
MST realiza invasões no Rio Grande do Sul e realiza vigília no Incra em busca de reforma agrária

No âmbito da mobilização social, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) voltou a se mobilizar de forma contundente, realizando invasões em duas fazendas localizadas no Rio Grande do Sul. Essas ações, que começaram na manhã do dia 3 de dezembro de 2024, são parte da iniciativa "Natal com Terra", visando pressionar o governo federal para que retome a reforma agrária, um processo que encontra-se paralisado há mais de dez anos. Os integrantes do MST estabeleceram uma vigília na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Porto Alegre, com a intenção de permanecer no local sem um prazo definido, até que suas reivindicações sejam atendidas.

As fazendas invadidas, localizadas no município de Pedras Altas, são a Fazenda Nova e a Fazenda Santa Angélica, que têm capacidade para acomodar quase 180 famílias. A ação mobiliza particularmente 170 famílias do Acampamento Sebastião Sales de Hulha Negra, sob a coordenação de Ildo Pereira do Acampamento João Sales. O movimento não pretende deixar a sede do Incra até que um acordo concreto seja estabelecido, uma vez que seus líderes afirmam que só sairão quando garantirem uma área legal para se acomodar e viver dignamente.

Durante a vigília, cerca de 250 famílias estão reivindicando avanço nos processos de reforma agrária, demandando agilidade nas vistorias e na aquisição de terras. Essa agilidade é vital, pois permitirá o assentamento de aproximadamente 1,5 mil famílias que atualmente aguardam a regularização de suas situações. Entre os acampamentos que participam da vigília estão o Herdeiros da Luta, de Tupanciretã, Sepé Tiaraju, de Encruzilhada do Sul, e 8 de Março, de Charqueadas. Até o presente momento, nem o superintendente do Incra no Rio Grande do Sul, Nelson Grasselli, nem o governo federal se manifestaram oficialmente sobre as reivindicações e o protesto em curso.




MST realiza invasões no Rio Grande do Sul e realiza vigília no Incra em busca de reforma agrária

A luta por terras no Brasil é uma questão recorrente e envolve diversos aspectos sociais, econômicos e políticos. A reforma agrária, em essência, visa promover uma distribuição mais justa das propriedades da terra, possibilitando que mais famílias tenham acesso a um lugar para viver e trabalhar. A parada desse processo, que já dura mais de uma década, gera um grande descontentamento entre os movimentos sociais que atuam na área rural, como é o caso do MST. Este movimento, que já é conhecido por suas táticas de ocupações, traz à tona a necessidade urgente de uma resolução para a questão agrária no país.

A exigência do MST de reassentamento e regularização não é apenas uma luta por espaço físico, mas também por dignidade e respeito às condições de vida das pessoas. O acampamento de Pedras Altas, onde estão ocupadas as fazendas Nova e Santa Angélica, é um reflexo de uma busca por melhores condições sociais. As famílias que vivem em situação de vulnerabilidade frequentemente esperam por anos para uma resposta do governo que, muitas vezes, não chega. O clamor por justiça social e uma política agrária efetiva, mais do que uma reivindicação específica, é um chamado por direitos e dignidade humana.

A mobilização e a vigília no Incra demonstram o comprometimento do MST em sua luta. Com um acampamento que engloba diversas famílias e comunidades, o movimento não apenas procura visibilidade, mas busca criar um espaço de diálogo com o governo. Se a reforma agrária for retomada, milhares de famílias poderão finalmente ter acesso à terra que necessitam para recomeçar suas vidas. A possibilidade de que cerca de 1,5 mil famílias sejam assentadas é um número que não pode ser ignorado, e a pressão exercida pelo MST pode ser um catalisador para mudanças significativas nesse âmbito.



A resposta do governo, especialmente do Incra, a essas mobilizações será essencial para determinar a continuidade dos protestos e das ocupações. A falta de um posicionamento adequado pode levar a um aumento das tensões entre os trabalhadores rurais e as autoridades. É importante ressaltar que a reforma agrária é uma questão não apenas de produção agrícola, mas de direito à vida digna, ao acesso à moradia e à oportunidade de trabalho para todos. O MST, ao realizar essas mobilizações, busca trazer à luz uma questão que afeta direto os direitos humanos de muitas famílias brasileiras.

Considerando as complexidades do cenário, é imperativo que se estabeleça um canal de diálogo e negociação entre o MST e o governo federal. A experiência de outras mobilizações no Brasil mostrará que, quando há boa vontade e escuta, é possível avançar em benefícios mútuos. A continuidade das vigílias e as invasões de propriedade como forma de protesto não são ideais, mas são um reflexo das dificuldades enfrentadas pelas comunidades rurais que esperam por uma política mais justa e eficaz.

Por fim, a mobilização atual do MST é uma chamada à ação para que a reforma agrária seja discutida novamente, e que propostas concretas sejam apresentadas. O futuro da reforma agrária no Brasil depende não apenas da ação do governo, mas da disposição de ouvir e trabalhar pela justiça social. A pressão contínua do MST servirá como um lembrete de que a luta por terra e dignidade nunca para, e que as vozes dos trabalhadores rurais devem ser sempre ouvidas.

Fonte:


https://revistaoeste.com/brasil/mst-invade-fazendas-no-rio-grande-do-sul-e-faz-vigilia-no-incra/
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