Movimentos Sociais
Atos em RJ e SP reafirmam luta contra racismo e violência policial no Dia Internacional de Luta de 2025
Atos em RJ e SP reafirmam luta contra racismo e violência policial no Dia Internacional de Luta de 2025

No dia 21 de março de 2025, o Brasil parou para refletir sobre a luta contra a discriminação racial. Em diversas cidades, ativistas se mobilizaram para lembrar o Dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial, uma data significativa que remete ao trágico Massacre de Sharpeville, na África do Sul, onde 69 vidas foram ceifadas durante uma protesto pacífico. Nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, os manifestantes expressaram seu descontentamento com a situação atual da população negra e a violência que enfrenta diariamente. No Rio de Janeiro, o ponto de encontro foi a Pequena África, uma área historicamente relevante que representa a cultura afro-brasileira e a luta por justiça social. O Cais do Valongo, reconhecido por ser um dos principais portos de entrada de escravizados, foi um dos locais emblemáticos percorridos pelos manifestantes, simbolizando a importância da memória e do reconhecimento da história.
O ato no Rio trouxe à tona questões cruciais sobre o legado afro-brasileiro e a necessidade de reconhecer a contribuição da cultura negra para a sociedade. A Pequena África não é apenas um espaço geográfico, mas um marco que relembra a resistência e as lutas do povo negro ao longo da história. Durante o evento, diversas falas enfatizaram que a luta contra o racismo deve ser constante e não limitada a datas específicas, como o Dia da Consciência Negra. Os participantes pediram por ações efetivas que visem a desmilitarização da polícia e a proteção dos direitos humanos da população negra, que ainda sofre com a opressão e a violência sistemática.
Em São Paulo, a mobilização organizada pela Frente Povo Negro Vivo reuniu cerca de 200 pessoas que não apenas pediram justiça, mas também protestaram contra a violência policial que tem vitimado a população negra nas periferias. O movimento levantou vozes contra o governador Tarcísio de Freitas e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, exigindo seus impeachments. A mensagem era clara: a luta contra o racismo e a violência policial deve ser uma prioridade e não uma questão apenas para ser abordada em datas simbólicas. Por meio de cartazes, músicas e discursos passionais, os ativistas reafirmaram a urgência de um compromisso coletivo em prol de uma sociedade mais justa e igualitária, onde direitos humanos sejam respeitados e protegidos para todos.
Com a crescente mobilização social, aquelas que se lembram das injustiças do passado também carregam a esperança de um futuro melhor. Os protestos nas duas cidades foram um forte chamado à ação, destacando a necessidade de espaço para diálogos sobre as violências enfrentadas pela população negra. Os manifestantes enfatizaram que a luta não deve ser esquecida ou reduzida a um ato isolado, mas deve ser alimentada pela consciência de suas raízes e pela força de uma comunidade unida na busca pela mudança.
Na Pequena África, o ato simbolizou mais do que uma simples caminhada, foi um reconhecimento da dor, da resistência e a celebração da cultura negra, repleta de histórias de superação. Durante o protesto, rodas de conversa foram promovidas, onde os participantes puderam discutir seus sentimentos, experiências e formas de resistência. A importância da educação e do conhecimento sobre a história afro-brasileira foi reiterada como um meio essencial de empoderamento e conscientização para as novas gerações.
Além disso, a manifestação em São Paulo ressaltou que, apesar das dificuldades, a voz da comunidade negra é forte e deve ser ouvida. Os integrantes da Frente Povo Negro Vivo mostraram que, mais do que exigir direitos, é fundamental proporcionar um ambiente seguro e respeitoso para todas as pessoas, independentemente de sua cor ou etnia. A união dos movimentos sociais é essencial para que as reivindicações por equidade sejam atendidas e que o racismo estrutural e a violência sejam erradicados da sociedade brasileira.
Concluindo, o Dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial, celebrado em 21 de março, não é apenas uma data no calendário, mas um lembrete constante da batalha incessante contra o racismo e pela luta por justiça. Os protestos realizados no Rio de Janeiro e São Paulo em 2025 ecoaram vozes de resistência, esperança e mudança. A mobilização evidencia a necessidade urgente de um compromisso coletivo em face das violências históricas que marcam a população negra no Brasil e no mundo. Assim, a luta continua, e a reflexão sobre as histórias e legados afro-brasileiros se torna mais relevante do que nunca para construir um futuro mais justo e igualitário para todos.