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Meio Ambiente

Pesquisadores Desenvolvem Gelatina Sustentável a Partir da Pele de Tambaqui

Pesquisadores Desenvolvem Gelatina Sustentável a Partir da Pele de Tambaqui


Pesquisadores da Embrapa descobriram uma alternativa inovadora utilizando a pele do tambaqui. Essa gelatina sustentável possui características superiores e pode transformar a indústria de alimentos.
14 novembro 2024
Pesquisadores da Embrapa descobriram uma alternativa inovadora utilizando a pele do tambaqui. Essa gelatina sustentável possui características superiores e pode transformar a indústria de alimentos.
14 novembro 2024

Pesquisadores da Embrapa trouxeram à luz uma alternativa inovadora e sustentavelmente viável para a gelatina convencional, a qual é tradicionalmente extraída do couro bovino e suíno. A partir da pele do tambaqui (*Colossoma macropomum*), um peixe nativo do Brasil, a equipe científica identificou uma nova fonte que não só é rica em colágeno, mas que também possui inúmeras vantagens em relação à gelatina tradicional. O tambaqui, com suas propriedades nutricionais excepcionais, destaca-se como uma potencial revolução na forma como a gelatina é produzida e utilizada, oferecendo um caminho ecologicamente amigável e economicamente viável.

Conforme esclarecido por Fernanda Ramalho Procópio, uma das pesquisadoras envolvidas no projeto, a gelatina obtida da pele de tambaqui apresenta uma composição de aminoácidos mais rica do que as gelatinas provenientes de peixes de água fria. Além disso, a força do gel, que é um critério crucial na seleção de gelatinas para diversas aplicações, equipara-se àquelas produzidas a partir de bovinos e suínos. A extração da gelatina revelou um rendimento impressionante, próximo a 60%, podendo se consolidar como uma alternativa viável ao uso de gelatina tradicional, especialmente considerando as crescentes preocupações sobre o impacto ambiental da produção de carnes e subprodutos.

Por fim, as implicações dessa pesquisa vão além da proposta de uma nova opção de gelatina. A utilização da pele do tambaqui, que frequentemente era desperdiçada no processamento do pescado, contribui de maneira significativa para a criação de uma economia circular. Essa abordagem não apenas minimiza o desperdício, mas também pode aumentar a renda dos produtores que exploram o tambaqui, um peixe que é amplamente consumido nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil. Dessa maneira, a pesquisa não só apresenta um avanço na ciência dos alimentos, mas também promove a sustentabilidade e a valorização dos recursos naturais.



As aplicações industriais da gelatina obtida da pele do tambaqui são bastante promissoras. Com um Bloom médio, essa gelatina pode ser utilizada em uma série de produtos, incluindo a clarificação de bebidas, a fabricação de cápsulas moles, e mais recentemente, adaptando-se a inovações como filmes e microcápsulas usadas na entrega de fármacos. A versatilidade da gelatina de tambaqui abre portas para o desenvolvimento de novos produtos no setor alimentício e farmacêutico, destacando sua rápida adaptação às necessidades do mercado.

Além dos benefícios em aplicações específicas, também é importante considerar a questão da sustentabilidade. A transformação de subprodutos do processamento de tambaqui em gelatina representa uma significante redução de resíduos, já que, em algumas espécies de peixes, até 50% de seu peso acaba sendo descartado, uma perda gigantesca em termos de recursos. Com a proposta da Embrapa, o potencial para incremento do retorno econômico e a diminuição do impacto ambiental são inegáveis. Essa mudança de paradigma, ao promover a valorização de partes do peixe que antes eram consideradas resíduos, pode incentivar a indústria de pescado a ser mais consciente em suas práticas.

Esses produtos não apenas atendem a demanda do mercado por alternativas sustentáveis, mas também são um exemplo de como a ciência pode servir para resolver problemas práticos na cadeia produtiva. A incorporação de gelatina de tambaqui ao portfólio de produtos não só amplia as opções disponíveis, mas reforça a importância de adotar práticas éticas e sustentáveis que respeitem o meio ambiente.



Diante da crescente demanda por soluções sustentáveis e ecológicas, esta pesquisa se destaca não apenas pela inovação, mas pelo impacto que pode causar na indústria de alimentos. A gelatina feita da pele de tambaqui é um exemplo emblemático de como a ciência agronômica e de alimentos pode se unir para atender a necessidades contemporâneas, minimizando desperdícios e promovendo a circularidade de recursos na cadeia produtiva.

Além disso, essa iniciativa mostra o potencial do tambaqui, que é uma espécie nativa do Brasil, como um recurso econômico a ser valorizado. O tambaqui não somente é apreciado em diversas preparações culinárias, mas agora também pode ser parte de uma solução inovadora no setor de gelatinas. A importância cultural e econômica do tambaqui nas regiões de origem é inegável, e sua valorização na indústria alimentícia poderá levar a benefícios diretos para os pescadores e comunidades envolvidas.

Os pesquisadores da Embrapa estão explorando ainda mais os atributos da gelatina de tambaqui, buscando desenvolver técnicas que ampliem suas aplicações, bem como a forma de extração, visando aumentar ainda mais sua usabilidade e vantagens competitivas. Com o tempo, espera-se que essa pesquisa avance, estabelecendo novas oportunidades, e consolidando a gelatina de tambaqui como uma aliada no desenvolvimento de produtos alimentícios modernos que respeitem o equilíbrio ambiental.

Fonte:


Revista Oeste - https://revistaoeste.com/agronegocio/pele-de-tambaqui-substitui-gelatina-tradicional/
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