Meio Ambiente
Guimarães e Seixal lideram coletas de lixo alimentar em 2024 com modelos eficientes de recolha
Guimarães e Seixal lideram coletas de lixo alimentar em 2024 com modelos eficientes de recolha

Em 2024, Guimarães e Seixal se destacaram no cenário nacional como os municípios com a maior coleta de lixo alimentar por habitante em Portugal. Dados da associação ambientalista Zero revelaram que Guimarães alcançou uma impressionante marca de 144 quilos de biorresíduos por habitante, enquanto Seixal coletou 117 quilos. Este alto desempenho é um reflexo de iniciativas eficazes e da implementação do modelo de recolha porta-a-porta, que se provou mais eficiente do que outros sistemas de coleta existentes no país.
A análise dos dados também trouxe à tona a situação de outros municípios, como São João da Madeira, que atingiu 92 quilos de biorresíduos por habitante, posicionando-se em terceiro lugar no ranking. A prática demonstra que a adoção de um sistema de coleta eficiente, onde a população participa ativamente, pode resultar em taxas de captura de biorresíduos superiores a 60%. Este resultado contrasta fortemente com o desempenho de Cascais, que apenas coletou 18 quilos por pessoa utilizando um sistema de co-coleta que não conseguiu engajar adequadamente a comunidade local.
Os resultados obtidos pela análise da Zero indicam a urgência de uma revisão nos modelos de coleta de resíduos utilizados pelas câmaras municipais. Existe uma ampla oportunidade para adaptar esses modelos, considerando a implementação do porta-a-porta como a estratégia ideal para aumentar a eficiência na reciclagem de biorresíduos. Além disso, o estudo enfatiza a importância da introdução de um sistema tarifário baseado no modelo Pay As You Throw (PAYT), que torna os cidadãos mais conscientes e engajados em relação à quantidade de resíduos que geram, cobrando de acordo com a quantidade reciclada.
O modelo PAYT demonstrou ser eficiente em Guimarães, onde a diferença de coleta entre o sistema porta-a-porta e o PAYT é significativa. Este tipo de tarifa permite que os cidadãos passem a ter um papel ativo na gestão de seus resíduos, aumentando assim a taxa de reciclagem e reduzindo a quantidade de lixo depositado em aterros sanitários. As câmaras municipais devem considerar essa abordagem para garantir a sustentabilidade e eficácia no manejo de resíduos alimentares.
Desde 1 de janeiro de 2024, a coleta de biorresíduos alimentares tornou-se uma obrigatoriedade legal, o que apresenta um desafio significativo para muitos municípios em Portugal. Apesar da reforma legislativa, muitos deles ainda não implementaram métodos eficazes para coletar biorresíduos, permanecendo reféns de modelos que não proporcionam resultados satisfatórios. A pressão para atender a essa nova exigência normativa exigirá não apenas a revisão dos métodos de coleta, mas também um esforço para engajar a população e educá-la sobre a importância da reciclagem e da correta disposição dos biorresíduos.
Os resultados do estudo sublinham que, enquanto alguns municípios se destacam, outros ainda estão longe de proporcionar uma gestão de resíduos que atenda às metas de sustentabilidade. Para garantir que o biorresíduo não seja mais um problema, mas sim uma solução, é imprescindível que as cidades desenvolvam estratégias eficazes e adaptadas às suas realidades locais. O futuro da gestão de biorresíduos em Portugal depende de práticas mais eficientes e da educação da população para minimizar a deposição em aterros e maximizar a reciclagem.
A gestão de resíduos é um dos maiores desafios enfrentados pelas cidades contemporâneas, especialmente em um mundo onde a sustentabilidade se torna uma prioridade cada vez mais evidente. O estudo da associação Zero destaca que a adoção de modelos eficazes, como o porta-a-porta e o sistema PAYT, não apenas contribui para a redução de biorresíduos, mas também incentiva a população a participar ativamente no processo. Tais estratégias não somente atendem à legislação, mas também promovem a conscientização coletiva sobre a importância da gestão de resíduos.
A transformação na coleta de biorresíduos é, sem dúvida, uma responsabilidade compartilhada. A cooperação entre as autoridades locais, as empresas de gestão de resíduos e a comunidade é essencial para que o país avance neste quesito. Assim, o caminho à frente deve ser trilhado por meio de ações informativas, melhorias tecnológicas nas coletas e, principalmente, pela adoção de práticas que incentivem a reciclagem e a correta destinação dos resíduos.
É fundamental que cada cidadão compreenda seu papel nessa dinâmica. Apenas com a participação ativa e engajada da população será possível garantir que os objetivos de sustentabilidade sejam alcançados, contribuindo para um futuro mais limpo e verde em Portugal. Assim, as experiências de Guimarães e Seixal devem servir de modelos a serem replicados em outras cidades, provando que é possível fazer a diferença.