Meio Ambiente
Desmatamento no cerrado cresce sob Lula, superando índices da gestão Bolsonaro
Desmatamento no cerrado cresce sob Lula, superando índices da gestão Bolsonaro

Desmatamento no Cerrado: Um Aumento Preocupante
No Brasil, o desmatamento no cerrado tem se tornado uma questão urgente, especialmente nos dois primeiros anos do governo Lula (PT). De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a taxa de destruição da vegetação nativa nesse bioma superou os índices registrados no início do governo Jair Bolsonaro (PL). Em 2023, foram destruídos impressionantes 7,8 mil km² de vegetação nativa. Apesar de uma queda para 5,9 mil km² em 2024, o número de alertas de desmatamento aumentou significativamente, atingindo 17,1 mil km², o que representa o maior índice desde o início da série histórica.
Em contraste, durante o primeiro ano do governo Bolsonaro, em 2019, o cerrado perdeu 4,7 mil km² de vegetação, com uma leve redução para 4,4 mil km² em 2020. A marca de 5 mil km² só foi superada em 2022, quando se registraram 5,4 mil km² de desmatamento. Esses números indicam que, mesmo com a queda no desmatamento na Amazônia, o governo atual enfrenta um desafio alarmante no segundo maior bioma do Brasil.
Raimundo Barbosa, especialista em planejamento e gestão ambiental, aponta que a ênfase na preservação da Amazônia deixou o cerrado vulnerável. Essa falta de atenção resultou em um aumento preocupante do desmatamento, com previsões alarmantes. Barbosa chegou a advertir que, se a situação atual persistir, o cerrado poderá desaparecer até 2030. Isso representa não apenas uma perda ambiental significativa, mas também uma ameaça à biodiversidade local e ao equilíbrio ecológico.

Desafios do Cerrado: Queimadas e Secas
O cerrado enfrenta uma multiplicidade de desafios, que vão além do desmatamento. Problemas como queimadas, mineração, urbanização desordenada e a intensificação das estiagens também têm contribuído para a degradação ambiental. A seca, exacerbada pela ação humana, tem favorecido os incêndios e acelerado a perda de biodiversidade, tornando o bioma ainda mais vulnerável.
O Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) alertou que o Brasil está vivenciando a pior seca das últimas décadas. Essa crise hídrica compromete não apenas a vegetação, mas também a fauna e as comunidades que dependem dos recursos naturais do cerrado. A seca indistintamente tem impacto negativo na agricultura, aquecimento global e no saneamento básico nas áreas afetadas.
O Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite (Prodes), que é reconhecido como o método mais confiável para o acompanhamento anual do desmatamento, confirmou perda de 1,9 mil km² em 2023 e 723 km² em 2024. Esses dados alarmantes ressaltam a necessidade urgente de uma política que promova a preservação e recuperação dos ecossistemas do cerrado.

O Futuro do Cerrado e a Importância da Preservação
O futuro do cerrado parece incerto, e a necessidade de ações imediatas se torna cada vez más essencial. Organizações ambientais e especialistas pedem por uma reavaliação das políticas públicas, destacando a importância de campanhas de conscientização para a preservação do bioma. O cerrado é um grande responsável pela biodiversidade e riqueza hídrica do Brasil, e sua proteção deve ser uma prioridade.
O desafio é imenso, mas é possível implementar medidas sustentáveis que garantam o equilíbrio entre desenvolvimento e proteção ambiental. Além disso, é crucial envolver a população local nas ações de conservação, promovendo a educação ambiental e alternativas econômicas sustentáveis que ajudem a reduzir a pressão sobre os recursos naturais do cerrado.
A luta pela preservação do cerrado não é apenas uma batalha ambiental, mas um esforço vital para garantir a qualidade de vida das próximas gerações. Se não agirmos agora, poderemos perder um dos mais importantes biomas do Brasil para sempre. Portanto, as políticas de preservação precisam ser intensificadas e monitoradas varreduradamente, com a participação de todos os setores da sociedade.