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Meio Ambiente

Desafios de infraestrutura em Belém: a cidade dos favelados será sede da COP30

Desafios de infraestrutura em Belém: a cidade dos favelados será sede da COP30


Belém enfrenta sérios desafios de infraestrutura em sua preparação para a COP30, refletindo questões sociais críticas e a necessidade de desenvolvimento urbano.
17 fevereiro 2025
Belém enfrenta sérios desafios de infraestrutura em sua preparação para a COP30, refletindo questões sociais críticas e a necessidade de desenvolvimento urbano.
17 fevereiro 2025
Desafios de infraestrutura em Belém: a cidade dos favelados será sede da COP30

Belém, capital do Pará, está se preparando para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), um evento de grande relevância que ocorrerá em novembro de 2025. No entanto, a cidade enfrenta sérios desafios de infraestrutura que podem comprometer a sua capacidade de receber um evento de tal magnitude. De acordo com dados do Censo 2022 do IBGE, 60% da população de Belém reside em favelas, refletindo uma realidade social alarmante que precisa ser urgentemente abordada.

A alta taxa de favelização é um dos principais obstáculos que a cidade deve superar. Os problemas sociais e econômicos associados a essa situação são profundos, evidenciados pelo índice de 24ª posição em termos de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Esse indicador revela dificuldades em áreas como mobilidade urbana, violência, desigualdade social e acesso à habitação digna. A escolha de Belém como sede da COP30 suscita preocupações sobre a viabilidade dos preparativos, especialmente em um contexto onde a infraestrutura urbana é insuficiente.

As comparações com outras capitais, como Campo Grande, onde menos de 10% da população vive em favelas, ajudam a destacar a gravidade da situação na capital paraense. Essa desigualdade regional torna-se evidente quando se considera que Belém, além de enfrentar problemas crônicos de desenvolvimento, precisa lidar com a imagem que a Conferência trará para a cidade e para o Brasil como um todo.



Desafios como a violência urbana e a desigualdade social devem ser atacados de forma planejada, especialmente à luz da criação de um evento com a visibilidade da COP30. Os moradores de favelas em Belém não apenas enfrentam a precariedade em suas habitações, mas também a falta de serviços básicos, como transporte público eficiente e segurança, que são fundamentais para um evento desse porte. A expectativa de turistas e delegados internacionais torna ainda mais evidente a necessidade de uma reflexão profunda sobre o que significa ser a sede de uma conferência climática em um ambiente tão desafiador.

O evento também representará uma oportunidade para a cidade de Belém se projetar internacionalmente, mas isso apenas será possível se a infraestrutura adequada for desenvolvida. A criação de soluções sustentáveis e a integração das comunidades locais ao planejamento urbano são essenciais para enfrentar esses desafios. A implementação de políticas públicas que visem a melhoria das condições de vida dos habitantes pode aumentar o potencial de impacto positivo da COP30.

Enquanto Belém se prepara para o evento, será fundamental que as autoridades locais, em conjunto com o governo federal, desenhem estratégias que não apenas atendam às exigências do evento, mas que também melhorem a qualidade de vida da população. A capacidade de Belém em receber a Conferência dependerá, portanto, de um planejamento que priorize o desenvolvimento inclusivo e sustentável, levando em consideração as especificidades locais.



Ao longo dos próximos meses, a importância de um acompanhamento rigoroso dos preparativos da COP30 será vital. A sociedade civil e as organizações não-governamentais devem estar atentas às ações do governo e exigir transparência nas decisões que afetam a cidade e, consequentemente, seus habitantes. Além disso, a integração das vozes locais e dos especialistas em climatologia será crucial para que a Conferência não seja apenas um evento protocolar, mas um espaço de diálogo efetivo que promova mudanças reais.

O papel de Belém como sede da COP30 pode trazer à tona discussões sobre a relação entre as mudanças climáticas e as realidades sociais locais. Assim, a Conferência terá a oportunidade de abordar como as mudanças climáticas afetam desproporcionalmente as populações vulneráveis. A experiência de Belém pode servir de exemplo para outras cidades enfrentando desafios semelhantes em todo o Brasil e no mundo.

Em conclusão, a realização da COP30 em Belém é uma chance ímpar para a cidade discutir suas dificuldades, mas também uma oportunidade de transformação. É um chamado para que o poder público e a sociedade civil se unam em prol de soluções que promovam a equidade social e a justiça climática, garantindo que todos os cidadãos tenham voz ativa nesse processo.

Fonte:


https://revistaoeste.com/brasil/belem-cop30-cidade-favelados/
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