Meio Ambiente
A luta de Cláudia Erber pela proteção das baleias e golfinhos no Tejo
A luta de Cláudia Erber pela proteção das baleias e golfinhos no Tejo

A Paixão pelo Mar e a Luta pela Vida Marinha
A bióloga Cláudia Erber, aos 48 anos, é um exemplo de determinação e paixão pelo mar. Desde a adolescência, sua conexão com o oceano foi profunda, optando por participar de conferências sobre vida marinha em vez de festas típicas. Essa escolha moldou sua trajetória profissional, levando-a a se formar em biologia marinha, onde se destacou como uma referência em pesquisas que envolvem cetáceos. Sua relação com os oceanos não foi tão simples, especialmente considerando o predominante ambiente masculino. Desde os primeiros dias em embarcações e plataformas de petróleo, Cláudia enfrentou desafios, sendo vista inicialmente como uma intrusa. Com o passar do tempo, essa percepção mudou e, hoje, ela é respeitada e reconhecida como uma parte integrante das equipes de campo, mostrando que é possível superar barreiras e preconceitos.
Atualmente, Cláudia se dedica à proteção dos golfinhos no Rio Tejo. Ao mesmo tempo, continua seu trabalho essencial na preservação das baleias. Suas experiências em alto-mar a ensinaram a importância do diálogo acerca da presença feminina nesse campo. Por meio do seu videocast, 'Olhos no Mar', Cláudia dá voz a outras mulheres que atuam na proteção do meio ambiente marinho, abordando as dificuldades e desafios que enfrentam, como o assédio e preconceições, especialmente em locais isolados.
A necessidade de aumentar a representação feminina nas ciências marinhas é uma das principais mensagens que Cláudia busca transmitir. Ela acredita que não se trata apenas de criar leis ambientais rígidas, mas também de promover educação e conscientização sobre a preservação da vida marinha e os impactos das ações humanas. Se considerarmos as mudanças climáticas em andamento, essa conscientização se torna ainda mais vital. As falhas na política ambiental não podem ser atribuídas apenas à ausência de legislação; antes, é uma questão de falta de entendimento e compromisso com a causa. Ou seja, precisamos de mais vozes fortes e conscientes, como a dela, para promover mudanças reais.

Os Desafios Enfrentados por Mulheres na Ciência Marinha
Cláudia leva a sério sua missão de proteger os golfinhos do Tejo e destaca que é fundamental que mais mulheres entrem nesse setor. A bióloga tem sido um ponto de referência, mostrando que as mulheres podem operar em cima de grandes navios e realizar pesquisas complexas em ambientes extremos. Sua experiência e as histórias que compartilha em seu videocast têm um objetivo claro: inspirar e abrir portas para novas gerações de mulheres que sonham em seguir essa carreira. Os desafios que elas enfrentam são reais, mas há um caminho em direção à inclusão e ao reconhecimento.
Os problemas de assédio e preconceitos, que muitas vezes desmotivam novas entrantes na área, são temas recorrentes nos relatos de Cláudia e de outras mulheres científicas. Essas vozes são essenciais para visibilizar a luta por um ambiente de trabalho mais justo e acolhedor, onde todos tenham a oportunidade de contribuir e ser ouvidos. No entanto, eleva-se um alerta: não basta que mais mulheres ingressem na profissão; é preciso que o ambiente se transforme para que elas possam prosperar.
Conscientizar a população sobre a preservação marinha é um passo importante. Cláudia enfatiza que cada um de nós deve assumir um papel ativo na proteção dos oceanos, através de ações cotidianas e decisão consciente. A educação ambiental é a chave, pois ela capacita as pessoas a entenderem a importância da preservação da vida marinha e a repercussão de suas ações. Quando mais pessoas entendem e apreciam o mar, mais chance temos de sua proteção efetiva.


A Importância da Observação e do Estudo
Cláudia tem a firme convicção de que observar o mar não é apenas um trabalho, mas uma necessidade. Durante meses em alto-mar, ela adquiriu valiosas experiências e um profundo respeito pela biodiversidade marinha. Para ela, cada mergulho, cada avistamento de cetáceos é uma oportunidade de aprendizado, não só sobre as espécies, mas também sobre como interagir com elas de forma respeitosa e sustentável. Essa mentalidade é fundamental nos dias de hoje, pois os oceanos enfrentam o impacto crescente da poluição e da sobrepesca.
Além de sua dedicação prática, Cláudia também se torna uma fonte de inspiração ao enfatizar que mudanças na legislação e na educação são essenciais. É preciso educar as crianças e os jovens sobre a importância do mar e da vida marinha. Ao trazer essa consciência para as novas gerações, ela acredita que contribuirá para um futuro onde as pessoas valorizam e protegem mais seus recursos naturais.
Todo seu trabalho é, na verdade, um convite à reflexão. O mar, com suas belezas e riquezas, precisa ser tratado com cuidado e respeito. Cláudia Erber não apenas protege a vida marinha; ela inspira outros a fazer o mesmo. Com sua paixão e dedicação, ela mostra que o futuro dos oceanos pode ser mais promissor, desde que haja vontade e comprometimento em cuidar do que realmente importa.
