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Manifestações e Greves

Protestos em Tbilissi: Oposição contesta vitória do Sonho Georgiano em meio a alegações de fraude

Protestos em Tbilissi: Oposição contesta vitória do Sonho Georgiano em meio a alegações de fraude


A vitória do partido Sonho Georgiano nas eleições legislativas de 2024 vem acompanhada de intensos protestos e acusações de manipulação, revelando uma crise política na Geórgia.
18 de novembro de 2024
A vitória do partido Sonho Georgiano nas eleições legislativas de 2024 vem acompanhada de intensos protestos e acusações de manipulação, revelando uma crise política na Geórgia.
18 de novembro de 2024
Protestos em Tbilissi: Oposição contesta vitória do Sonho Georgiano em meio a alegações de fraude

A Geórgia atravessa um momento de particular tumulto político após a confirmação da vitória do partido Sonho Georgiano nas eleições legislativas. Apesar de alcançar 53,9% dos votos e garantir 89 cadeiras no Parlamento, a oposição ergueu a voz contra o processo eleitoral, acusando o partido de manipulação dos resultados. David Kirtadze, do Movimento Nacional Unido (MNU), enfatizou essa insatisfação de maneira dramática ao atingir a comissão eleitoral com tinta negra durante a certificação oficial dos resultados. O incidente interrompeu a sessão e causou uma lesão no olho do presidente da comissão, Giorgi Kalandarishvili. A reação acalorada da oposição evidencia a crescente divisão política no país. A tensão aumenta à medida que as manifestações ganham força nas ruas. A presidente Salome Zourabichvili, manifestando uma posição firme, declarou que não reconhece a legitimidade do governo do Sonho Georgiano, afirmando que as eleições foram injustas. Paralelamente, a oposição, que defende uma perspectiva voltada para a Europa, insiste que o processo eleitoral foi viciado e que diversas irregularidades ocorreram. Embora observadores internacionais tenham considerado as eleições livres e justas, a pressão para uma investigação imparcial cresce. Além disso, o partido Sonho Georgiano enfrenta desafios não apenas da oposição política, mas também das organizações civis que se sentem ameaçadas por uma nova legislação que exige que ONGs divulguem suas fontes de financiamento estrangeiras. Essa medida é interpretada por muitos como uma tentativa de cercear a liberdade de expressão e a atuação de grupos que promovem a democracia. A situação se agrava ainda mais com a declaração do presidente da Abecásia, Aslan Bzhania, que prometeu renunciar sob pressão dos manifestantes que ocupam o Parlamento. Sua posição reflete a intrincada teia de tensões que permeiam a política georgiana, especialmente com a influência crescente da Rússia nas regiões separatistas. Observadores internacionais manifestam preocupação com a possível erosão democrática na Geórgia. A ascensão do Sonho Georgiano e suas práticas políticas, cada vez mais reacionárias, levantam questões sobre o futuro das liberdades civis no país e a possibilidade de uma maior instabilidade política. A presença da Rússia nas áreas separatistas e os desafios enfrentados pela oposição criam um cenário incerto. A resistência que se vê nas ruas é um reflexo da insatisfação generalizada com o status quo, enquanto as autoridades tentam se firmar no poder. Quando o eleitorado se sente desconectado e sem opções, as consequências podem ser profundas para a democracia e o estado de direito na Geórgia.



Os protestos que eclodiram em resposta à confirmação dos resultados eleitorais revelam muito mais do que um simples descontentamento. Eles denunciamos sentimentos de desconfiança em relação às instituições que deveriam garantir um processo eleitoral justo. Durante anos, a Geórgia tem buscado sua identidade nacional e política, tentando equilibrar as demandas por uma integração ocidental e a forte pressão russa sobre suas políticas internas. A ascensão do Sonho Georgiano, que já ocupa o poder há 12 anos, impulsionou este dilema muito além da política convencional. A oposição, que se vê como o bastião da resistência contra a autocracia emergente, apela para que a comunidade internacional intervenha. É um chamado conseguir subsistência de um Estado que promete justiça e inclusão, em vez de opressão e reações cada vez mais autoritárias. A manipulação das eleições é vista não apenas como um golpe contra a democracia, mas também como um desafio à reputação da Geórgia no cenário internacional. A resposta da comunidade internacional será crucial nos dias e meses que se seguem, pois a Geórgia tenta se afirmar como uma nação democrática. Nesse contexto de impasse político, a lei que impõe restrições às ONGs é de particular relevância. Governos autoritários frequentemente buscam controlar as narrativas e limitar o espaço para a sociedade civil. Dessa forma, a aprovação dessa lei suscita inquietações sobre o futuro das liberdades civis na Geórgia. Se o partido Sonho Georgiano quiser consolidar o seu poder, poderá optar por um caminho que leve à repressão da dissidência, comprometendo ainda mais o ambiente democrático e os direitos humanos.



A resposta da população, seja nas manifestações ou nas redes sociais, será um fator determinante na evolução da situação. A luta pela democracia e a defesa dos direitos civis devem ser priorizadas se a Geórgia quiser construir um futuro que não mereça a sombra da influência russa ou da opressão governamental. Mais do que apenas eventos isolados, os protestos atuais são uma resposta coletiva a um sentimento de frustração acumulada. As ruas de Tbilisi, com milhares de cidadãos exigindo responsabilidade, ecoam um desejo profundo por mudança. Em meio a essa turbulência política, o governo deverá avaliar suas estratégias e formar um diálogo com a oposição. Para isso, será fundamental escutar não somente os que gritam nas praças, mas também envolver a população em um clima de debate aberto, que promova a participação cidadã. Somente assim a Geórgia pode esperar preservar seus valores democráticos e construir uma sociedade mais inclusiva. Para o povo georgiano, os próximos passos são cruciais e podem determinar se eles avançarão em direção a um futuro de esperança ou ficarão presos em um ciclo de instabilidade política. O que se desenrola na Geórgia é uma narrativa em constante mudança que continuará a atrair a atenção do mundo. As implicações dessas disputas internas transcendem as fronteiras do país, pois a Geórgia é vista como um importante ponto no conflito mais amplo entre o Ocidente e Rússia. Com a esperança de justiça e redação constitucional nas ruas, o destino da democracia georgiana ecoa um apelo que deve ser ouvido e compreendido por todos.

Fonte:


https://www.publico.pt/2024/11/16/mundo/noticia/protestos-confirmacao-vitoria-sonho-georgiano-2112186.