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Educação

Queda nas matrículas de crianças ucranianas nas escolas portuguesas em 2023/2024

Queda nas matrículas de crianças ucranianas nas escolas portuguesas em 2023/2024


O número de crianças ucranianas matriculadas nas escolas portuguesas caiu para 7.218 no ano letivo de 2023/2024, indicando desafios no processo de integração e apoio educacional.
23 fevereiro 2025
O número de crianças ucranianas matriculadas nas escolas portuguesas caiu para 7.218 no ano letivo de 2023/2024, indicando desafios no processo de integração e apoio educacional.
23 fevereiro 2025
Queda nas matrículas de crianças ucranianas nas escolas portuguesas em 2023/2024

No ano letivo de 2023/2024, o cenário educacional para crianças ucranianas em Portugal apresentou uma nova realidade, com apenas 7.218 matrículas registradas nas escolas portuguesas, de acordo com dados provisórios da Direção Geral de Estatísticas da Educação (DGEEC). Essa diminuição acentuada, em comparação às 8.035 matrículas do ano letivo anterior (2022/2023), levanta questões urgentes sobre a integração e o futuro dessas crianças no sistema educacional português. A continuidade dos desafios da guerra na Ucrânia e a busca por refúgio em outro país intensificam a necessidade de um ambiente favorável para seu aprendizado.

A barreira linguística continua a ser um obstáculo significativo para os jovens refugiados. A aprendizagem da língua portuguesa é crucial para a integração desses alunos nas aulas e para a socialização com seus colegas. Muitas crianças enfrentam o desafio de não apenas aprender uma nova língua, mas também de se adaptar a uma cultura educacional diferente. Programas de apoio linguístico, que incluem aulas de português como segunda língua, são fundamentais para ajudar essas crianças na sua adaptação.

Além das dificuldades linguísticas, o apoio psicológico também se destaca como uma necessidade premente. Muitas crianças ucranianas chegam a Portugal com traumas resultantes da guerra, o que pode impactar sua capacidade de aprendizagem e socialização. Iniciativas que oferecem suporte psicológico podem fazer uma diferença significativa no bem-estar emocional dessas crianças e, consequentemente, em seu desempenho escolar. O desafio, portanto, não é apenas garantir a matrícula dessas crianças, mas também prover um ambiente que favoreça sua recuperação emocional e continuidade educacional.



Embora o número de matrículas de crianças ucranianas em escolas portuguesas tenha diminuído, a proporção de desafios enfrentados por essas famílias se mantém alarmante. A adaptação a um novo país implica em uma série de obstáculos, desde o idioma até questões culturais e sociais. A dificuldade em encontrar trabalho e acomodação está entre as principais preocupações das famílias que buscam estabilidade em Portugal. Isso pode impactar diretamente na decisão de matricular os filhos em escolas portuguesas, uma vez que a insegurança financeira pode limitar suas opções.

As escolas, por sua vez, têm um papel crucial na inclusão dessas crianças. Muitos educadores estão se adaptando para oferecer um ambiente acolhedor e inclusivo, promovendo não apenas a aprendizagem da língua portuguesa, mas também atividades que incentivem a interação social. Projetos que envolvem pais e a comunidade local podem ser extremamente valiosos, pois ajudam a criar laços de apoio entre as diferentes culturas presentes em sala de aula.

Além disso, parcerias entre escolas e organizações não governamentais têm se mostrado uma estratégia eficaz para melhorar a situação dessas crianças. Muitas já disponibilizam recursos adicionais, como tutoria, materiais escolares e apoio emocional, que são essenciais para um aprendizado integrado e saudável. A formação contínua dos professores para lidar com a diversidade em sala de aula também é uma parte importante do processo, promovendo competências que permitam uma abordagem inclusiva e sensível às necessidades específicas de cada aluno.



Em um cenário tão desafiador, é essencial que todos os envolvidos – governo, escolas, comunidades e famílias – trabalhem juntos para garantir um futuro promissor para as crianças ucranianas em Portugal. O declínio nas matrículas não deve ser visto apenas como um número; é um indicador das dificuldades enfrentadas e, portanto, um chamado à ação. Investir na inclusão e no suporte adequado pode não apenas ajudar essas crianças a superarem suas dificuldades, mas também enriquecer o ambiente educativo em Portugal, promovendo uma sociedade mais coesa e inclusiva.

A responsabilidade de integrar essas crianças em nossa sociedade vai além das escolas; envolve também um esforço maior da comunidade e do governo. Programas de intercâmbio cultural e iniciativas que favoreçam o acolhimento das crianças e suas famílias são necessários para promover um ambiente saudável para todos. Assim, ao enfrentar os desafios, poderemos garantir que essas crianças não se tornem apenas estatísticas, mas histórias de inclusão e resiliência.

Concluindo, embora os números de matrícula de 2023/2024 possam ser um reflexo de desafios imensos, isso também representa uma oportunidade para reavaliarmos nossas abordagens e estratégias. É tempo de unir esforços para que as crianças ucranianas não apenas tenham acesso à educação, mas possam também se desenvolver em um ambiente que reconheça suas dores e potencialidades, construindo um futuro mais esperançoso.

Fonte:


https://www.publico.pt/2025/02/23/sociedade/noticia/menos-criancas-ucranianas-matriculadas-escolas-portuguesas-20232024-2123432
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