No dia 7 de janeiro de 2025, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, do Partido dos Trabalhadores (PT), anunciou uma iniciativa que visa enriquecer o acervo das bibliotecas das escolas públicas do estado. A entrega do livro Ainda Estou Aqui, escrito por Marcelo Rubens Paiva, promete fomentar debates essenciais sobre democracia, direitos humanos e a história recente do Brasil entre os jovens estudantes.

A obra é uma reflexão profunda sobre as memórias do autor em tempos de repressão, abordando os impactos do regime militar no Brasil, com foco na vida de Eunice, esposa do autor, e na trágica história de Rubens Paiva, que foi preso e morto durante esse período conturbado. A escolha do livro não é aleatória; representa uma oportunidade para os alunos compreendam eventos que moldaram a sociedade brasileira, permitindo uma discussão crítica e informada.

Jerônimo Rodrigues compartilhou que a entrega dos livros não se limitou apenas às salas de aula. Ele expressou a intenção de realizar doações em eventos literários e de exibir o filme baseado na obra, que recentemente ganhou um Globo de Ouro pela performance de Fernanda Torres. Essas exibições serão acompanhadas de debates com especialistas, criando um ambiente rico em reflexão e aprendizado, onde os alunos poderão discutir os temas abordados na obra e a importância da memória histórica.

A relevância de Ainda Estou Aqui é ampliada pelo reconhecimento recente que recebeu, despertando um novo interesse pela literatura que discute o passado do Brasil. A secretária da Educação, Rowenna Brito, enfatizou como essa obra é fundamental para proporcionar aos estudantes um entendimento mais aprofundado sobre a história nacional, incentivando a formação de cidadãos críticos e conscientes de seu papel na sociedade.

O governador e a equipe de educação pretendem formatar esse trabalho de forma que a leitura do livro esteja alinhada com discussões sobre direitos humanos. A importância do material sobre memória e vivências durante a ditadura se torna uma questão essencial para que os jovens possam refletir sobre os eventos que marcaram o país e suas consequências atuais. Dessa forma, o projeto também é um convite à cidadania ativa, onde o conhecimento histórico se torna uma ferramenta poderosa na construção de uma sociedade mais consciente.

Além da história íntima de Rubens Paiva e sua esposa, o livro toca em temas universais, como a luta pela liberdade e a importância da democracia. O impacto do filme, que traz novamente à tona essas questões, foi eloquentemente comentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que relacionou o prêmio concedido à atriz Fernanda Torres com a necessidade de uma memória histórica forte e a defesa dos direitos que ainda são dia a dia trabalhados e conquistados.

Esse movimento cultural orquestrado pelo governo da Bahia não apenas faz a interseção entre arte e educação, mas também busca trazer à tona discussões fundamentais para que os jovens possam ser críticos e informados. A literatura, quando bem utilizada, é uma forma poderosa de promover o entendimento e a reflexão sobre questões que vá muito além da sala de aula.

A exibição do filme e a leitura do livro são, portanto, um convite para que os estudantes se aprofundem em questões de seus direitos como cidadãos, além de estimular uma análise crítica do passado. É essencial que esses jovens entendam as lutas que foram travadas em nome da democracia e como a história continua a ressoar em nossas realidades atuais.

Ao conectar educação, arte e consciência social, essa iniciativa demonstra um compromisso com a formação de cidadãos informados e engajados. O trabalho nas escolas, acompanhado de discussões pertinentes, tem o potencial de gerar uma geração de jovens mais conscientes de suas responsabilidades e direitos, capazes de olhar para o passado e vislumbrar um futuro mais justo e democrático.

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