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Saúde Mental

O drama da idosa presa pelo 8/1: depressão, ansiedade e a luta por direitos humanos

O drama da idosa presa pelo 8/1: depressão, ansiedade e a luta por direitos humanos


A história de Adalgiza Maria Dourado revela os desafios e violações enfrentadas por presos com problemas de saúde mental no Brasil, expondo a urgência de reformas no sistema penal.

04 abril 2025

A história de Adalgiza Maria Dourado revela os desafios e violações enfrentadas por presos com problemas de saúde mental no Brasil, expondo a urgência de reformas no sistema penal.

04 abril 2025
O drama da idosa presa pelo 8/1: depressão, ansiedade e a luta por direitos humanos

No dia 8 de janeiro de 2023, Adalgiza Maria Dourado, uma idosa de 65 anos, foi condenada a 14 anos de prisão. Sua detenção ocorreu após decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre descumprimento de medidas cautelares. Desde maio de 2024, Adalgiza está presa no Presídio Feminino do Distrito Federal, conhecido como Colmeia. Essa situação, marcada por questões jurídicas e emocionais, gerou uma onda de preocupação sobre os impactos que seu encarceramento pode ter em sua saúde mental.

Com uma história que revela o lado humano por trás das barras, Adalgiza lutou por muitos anos como voluntária em uma entidade de apoio a portadores de HIV. No entanto, a transição para o ambiente carcerário trouxe à tona uma realidade devastadora. A detida enfrenta sérios problemas de saúde mental, como depressão profunda, crises de ansiedade e pensamentos suicidas. Durante suas consultas médicas, foi relatado que a solidão e a desestruturação da rotina afetaram negativamente seu estado emocional, levando a frequentes ataques de pânico.

De acordo com o prontuário médico, a situação de Adalgiza é crítica. A orientação médica determina que ela não deve ser deixada sozinha em sua cela, devido ao risco elevado de suicídio. Além das crises emocionais, a falta de sono e as tonturas exacerbadas pelo uso de medicações psiquiátricas têm comprometido suas funções cognitivas. Diante deste quadro alarmante, seu advogado, Luiz Felipe da Cunha, acionou a Organização dos Estados Americanos (OEA) para denunciar a violação de direitos humanos e solicitar prisão domiciliar, argumentando que a saúde de Adalgiza corre risco iminente.


O drama da idosa presa pelo 8/1: depressão, ansiedade e a luta por direitos humanos

Adalgiza não é um caso isolado em meio ao contexto amplo de pessoas desafortunadas que sofreram consequências severas após os eventos de janeiro de 2023. A repressão a atos de vandalismo e insurreição resultou em detenções massivas, levantando debates sobre a adequação das respostas do estado. A história de Adalgiza coloca em destaque a necessidade urgente de reflexão sobre políticas de encarceramento e a forma como muitos detentos, principalmente os que estão em condições vulneráveis, são tratados no sistema prisional brasileiro.

A luta de Adalgiza por condições básicas de saúde tem gerado um clamor por reformas. A negligência com a saúde mental dos detentos é uma questão alarmante que merece atenção. O papel do advogado, ao buscar suporte internacional, exemplifica a urgência de reconhecimento e ação diante das violências que ocorrem nos presídios. Há um apelo geral para que os direitos fundamentais dos detentos sejam respeitados, especialmente quando se trata de saúde mental, um aspecto frequentemente relegado a segundo plano no sistema de justiça.

Os episódios que ocorreram em janeiro de 2023 não devem ser vistos apenas sob a ótica da segurança pública, mas também sob a luz da compaixão e do cuidado. A sociedade deve buscar entender as complexidades do encarceramento e suas implicações. Historicamente, muitos casos de prisão resultam em danos irreparáveis à saúde mental dos indivíduos, e a história de Adalgiza é um exemplo gritante de como o sistema muitas vezes falha em proteger seus cidadãos mais vulneráveis.


O drama da idosa presa pelo 8/1: depressão, ansiedade e a luta por direitos humanos

À medida que a situação de Adalgiza atrai atenção, as discussões sobre a necessidade de reformulação nas políticas de encarceramento se intensificam. O funcionamento do sistema prisional deve ser reavaliado para garantir que os direitos dos detentos sejam respeitados e que suas necessidades de saúde mental sejam atendidas de forma adequada. O sistema carcerário não pode ser apenas punitivo; precisa garantir cuidado e tratamento àqueles que, como Adalgiza, enfrentam batalhas internas profundas.

A história de Adalgiza Maria Dourado não é apenas uma narrativa de tragédia, mas um chamado à ação. É um lembrete disso: todos merecem trato digno, independentemente de suas circunstâncias legais. O futuro das políticas penitenciárias no Brasil pode ser moldado se a sociedade, juntamente com os legisladores, priorizarem reformas que considerem a saúde mental dos presos como parte essencial do debate. A luta de Adalgiza simboliza a necessidade urgente de compaixão e mudança, protegendo os direitos humanos no interior do sistema penal.

Enquanto a luta por justiça segue, é desejável não perder de vista o caráter humano de cada história individual. Talvez, ao nos lembrarmos de Adalgiza, possamos inspirar um movimento maior por um sistema mais justo e solidário, onde as vidas e a saúde mental das pessoas que enfrentam a prisão não sejam uma preocupação secundária, mas uma prioridade inegociável. As chaves para um futuro mais compassivo e eficaz podem estar nas mãos de cada um de nós, a começar pela conscientização e pelo apoio a reformas significativas no sistema prisional.

Fonte:

https://revistaoeste.com/politica/depressao-profunda-choro-constante-e-crises-de-ansiedade-o-drama-da-idosa-presa-pelo-8-1/

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