Skip to main content

Últimas do STF

STF derruba artigo que garante liberdade na internet e pode incentivar a censura, alerta jurista

STF derruba artigo que garante liberdade na internet e pode incentivar a censura, alerta jurista


O advogado André Marsiglia comenta a votação do STF que elimina a ordem judicial para remoção de conteúdos, impactando a liberdade de expressão.
07 dezembro 2024
O advogado André Marsiglia comenta a votação do STF que elimina a ordem judicial para remoção de conteúdos, impactando a liberdade de expressão.
07 dezembro 2024
STF derruba artigo que garante liberdade na internet e pode incentivar a censura, alerta jurista

No dia 6 de dezembro de 2024, o advogado constitucionalista André Marsiglia se manifestou sobre a recente decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou o artigo 19 do Marco Civil da Internet. Este artigo criava um mecanismo de proteção à liberdade de expressão ao exigir uma ordem judicial para a remoção de conteúdos das plataformas digitais. Agora, com a eliminação dessa exigência, Marsiglia alerta que as redes sociais podem ser pressionadas a remover publicações apenas por alegações de ofensa, um passo que poderia abrir precedentes perigosos para a censura no Brasil.

A decisão do STF, segundo Marsiglia, é um claro ataque à liberdade de expressão e um esforço para silenciar vozes dissidentes. Desde 2019, ele aponta que o tribunal tem adotado uma postura cada vez mais autoritária, utilizando conceitos vagos como 'fake news', 'discurso de ódio' e 'negacionismo' para justificar a exclusão de conteúdos. Essa abordagem não apenas enfraquece a liberdade das plataformas digitais, mas institui uma forma de controle sobre o que pode ou não ser dito, criando um ambiente de insegurança para os usuários da internet.

Marsiglia também destaca as implicações práticas dessa nova realidade, questionando como o que é considerado 'ofensivo' será definido. Ele sugere que tal avaliação tende a ser subjetiva, variando de pessoa para pessoa. Isso, segundo ele, criará um cenário onde qualquer indivíduo pode reivindicar ofensa, levando à remoção de conteúdos sem um processo transparente e justo. As medidas adotadas pelo STF não só comprometem a liberdade de expressão, mas transformam a internet em um ambiente de restrição e medo. O advogado propõe uma reflexão: como essa mudança pode moldar as interações e a liberdade de expressão no espaço virtual brasileiro?



Continuando a análise, é importante considerar as repercussões dessa decisão sob a ótica das plataformas digitais. Com a nova estrutura normativa, elas poderão ser forçadas a agir defensivamente, eliminando conteúdos com receio de ações judiciais ou reações adversas. Essa dinâmica pode tornar as redes sociais um espaço cada vez mais controlado, onde as vozes que divergem do consenso social correm o risco de serem silenciadas. A ideia de autocensura pode prevalecer, levando a uma homogeneização das opiniões expressas online.

Ademais, a medida levanta questões sobre a responsabilidade das plataformas na moderação de conteúdos. Muitas vezes, as empresas de tecnologia já estão sob pressão para remover conteúdos considerados problemáticos, e a eliminação da necessidade de um respaldo judicial pode intensificar essa pressão. Para Marsiglia, isso não apenas põe em risco a liberdade de expressão, como também transforma as plataformas em juízes de opiniões, o que pode ser extremamente preocupante em uma democracia.

Um aspecto relevante da discussão é a discrepância na aplicação de normas para diferentes tipos de conteúdo. Muitas vezes, a judicialização de determinadas falas não é acompanhada por um critério claro e coeso, fomentando um ambiente de incerteza em que autores de publicações podem ser alvo de represálias com base em critérios imprecisos. Essa ambiguidade não facilita a vida dos usuários e pode levar ao desgaste da confiança nas plataformas digitais como espaço de debate e informação.



Por fim, é crucial refletir sobre o futuro da liberdade de expressão no Brasil e como a decisão do STF poderá moldá-lo. Embora tenham argumentos válidos em defesa da moderação de conteúdo, é necessário balancear essa proteção com direitos fundamentais. O discurso de ódio e a desinformação são problemas reais, mas abordá-los não deve resultar em um ataque à liberdade de expressão. As plataformas devem ser incentivadas a gerenciar conteúdos de maneira eficaz sem sacrificar direitos constitucionais.

A polarização e a fragmentação da opinião pública no Brasil tornam a necessidade de um diálogo aberto mais urgente do que nunca, especialmente à luz de decisões que possam dificultar a troca de ideias. Assim, é vital que os cidadãos estejam atentos a essas mudanças e lutem por um espaço digital que respeite a diversidade de pensamentos e a liberdade de expressão. Proteger a liberdade individual significa também assegurar que todas as vozes, mesmo as discordantes, tenham espaço para se manifestar.

Essa questão reafirma a importância de um debate informativo e plural, que considere o impacto das decisões do STF sobre as redes sociais e a sociedade como um todo. Mobilizar a opinião pública e sensibilizar a população a respeito de suas liberdades é essencial para garantir que o legado da liberdade de expressão seja preservado para as futuras gerações.

Fonte:


https://revistaoeste.com/politica/stf-exclui-conteudos-das-redes-com-base-em-leis-que-nao-existem-diz-jurista/
40226 visualizações

Gostou? Vote nesse artigo.

Faça o seu cadastro GRÁTIS
e tenha acesso a todo o conteúdo exclusivo.

Faça o seu cadastro GRÁTIS

e tenha acesso a todo o conteúdo exclusivo

Mais do autor