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Política Hoje

Câmara de Lisboa pede ao Governo fim do licenciamento zero para controlar lojas de souvenirs

Câmara de Lisboa pede ao Governo fim do licenciamento zero para controlar lojas de souvenirs


A Câmara de Lisboa, liderada por Carlos Moedas, propõe mudanças na legislação de licenciamento, buscando conter lojas voltadas para turistas e preservar a identidade urbana da cidade.
26 fevereiro 2025
A Câmara de Lisboa, liderada por Carlos Moedas, propõe mudanças na legislação de licenciamento, buscando conter lojas voltadas para turistas e preservar a identidade urbana da cidade.
26 fevereiro 2025
Câmara de Lisboa pede ao Governo fim do licenciamento zero para controlar lojas de souvenirs

Recentemente, a Câmara de Lisboa, sob a liderança de Carlos Moedas, intensificou as discussões sobre a legislação de 'licenciamento zero'. Este lenitivo foi implementado para desburocratizar a abertura de novos estabelecimentos comerciais, mas sua aplicação tem gerado preocupações, especialmente em áreas com alta concentração de turismo. O pedido de Moedas ao Governo visa ajustar essa norma para conter o crescimento exacerbado de lojas de souvenirs e de conveniência, que podem oferecer riscos à identidade cultural da cidade.

A proposta surge em um momento em que muitas cidades, incluindo Porto, já expressam preocupações similares. O prefeito da cidade, Rui Moreira, comentou que a proliferação descontrolada de lojas voltadas exclusivamente para turistas está comprometendo a autenticidade e o caráter único de áreas históricas. Essa iniciativa reflete um movimento por parte das autoridades para buscar um planejamento urbano que respeite o patrimônio cultural e histórico, enquanto ainda permite o desenvolvimento comercial.

O desafio se apresenta quando se analisa a relação entre o crescimento econômico e a preservação cultural. Um número elevado de lojas de souvenirs, embora possa atender à demanda dos visitantes, tem contribuído para a saturação de algumas regiões, muitas vezes em detrimento de negócios locais tradicionais. Neste contexto, a Câmara de Lisboa busca uma solução equilibrada que satisfaça tanto as necessidades do comércio local quanto a urgência de proteger a identidade urbana da cidade, promovendo assim um desenvolvimento mais sustentável e harmonioso.



A proposta de Moedas significa um esforço deliberado para revitalizar áreas que estão ameaçadas pela homogeneização turística. A ideia é que, ao restringir o licenciamento de novas lojas de conveniência e de souvenirs, a cidade preserve seu caráter particular, incentivando o surgimento de estabelecimentos que promovam a cultura local e que ofereçam produtos verdadeiramente representativos da região. Tal abordagem pode resultar em um turismo mais consciente e responsável, onde os turistas não só consumam, mas também se envolvam com a cultura lisboeta.

Além disso, a revitalização não deve se limitar ao setor comercial. A implementação de políticas que promovam eventos culturais, artísticos e gastronômicos é igualmente vital para garantir que Lisboa continue sendo um destino atrativo sem perder sua essência. Para isso, é necessário um pacto entre as autoridades municipais, os comerciantes e os cidadãos, para garantir que o desenvolvimento urbano respeite e valorize as identidades culturais e sociais das diversas comunidades que compõem a cidade.

O desafio, portanto, é não desestimular o comércio, mas sim reorientá-lo. Um licenciamento que priorize a qualidade em vez da quantidade pode trazer benefícios tanto para os empresários quanto para os consumidores. Esse tipo de regulação pode fomentar um comércio que respeite as características locais e promova interações mais ricas entre os visitantes e o cotidiano lisboeta.



Por fim, a proposta da Câmara de Lisboa, com o apoio de outros líderes municipais, é um movimento que busca devolver à cidade a sua singularidade em meio à crescente uma globalização e comercialização de suas áreas históricas. A transformação dessas normativas não deve ser vista apenas como uma restrição, mas como uma oportunidade para reimaginar o espaço urbano de uma maneira que beneficie tanto o comércio local quanto os turistas, que buscam experiências autênticas e significativas.

Assim, o papel das autoridades públicas se torna crucial: a necessidade de um planejamento urbano inteligente que atenda às expectativas e realidades do mercado, respeitando ao mesmo tempo as tradições locais e preservando a memória coletiva da cidade. As futuras diretrizes deverão ser amplamente discutidas com a participação de todos os envolvidos para que Lisboa continue brilhando como um dos destinos mais encantadores do mundo.

Em suma, a busca por um equilíbrio entre desenvolvimento urbano e a preservação da cultura não é apenas uma missão, mas uma necessidade urgente em tempos de transformação rápida. A expectativa é que com o fortalecimento e o aprimoramento de políticas públicas, Lisboa possa servir como um exemplo de como é possível crescer economicamente sem comprometer a sua rica herança cultural.

Fonte:


https://www.publico.pt/2025/02/26/local/noticia/moedas-pede-fim-licenciamento-zero-travar-lojas-souvenirs-2123870
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