Investigação
Itaú exige R$ 6,6 milhões de ex-diretor e contador por irregularidades em pareceres contábeis
Itaú exige R$ 6,6 milhões de ex-diretor e contador por irregularidades em pareceres contábeis

O Itaú, um dos maiores bancos do Brasil, tomou uma iniciativa legal impactante ao processar seu ex-vice-presidente financeiro, Alexsandro Broedel, e o contador Eliseu Martins. O valor cobrado na ação gira em torno de R$ 6,6 milhões, e o banco alega que ambos estiveram envolvidos em um esquema de fraude relacionado à elaboração de pareceres contábeis não prestados. A denúncia levanta sérias questões sobre a atuação de Broedel durante sua gestão como CFO.
De acordo com as alegações do Itaú, Broedel autorizou pagamentos por serviços contábeis que, na verdade, nunca foram realizados. Esse esquema ilícito se tornou evidente quando, no final de 2024, o banco conseguiu identificar transferências suspeitas entre Broedel e Martins. Essa rede de corrupção, segundo a instituição, não apenas causou prejuízos financeiros significativos, mas também prejudicou a reputação da organização.
O caso começou a ganhar notoriedade após uma investigação interna revelar que Broedel contratou 40 pareceres durante seu tempo na diretoria, mas apenas 20 deles foram efetivamente entregues. Além disso, o contador Martins admitiu ter falhado na prestação de pelo menos quatro pareceres, oferecendo um retorno financeiro de R$ 1,5 milhão ao banco, valor que até o presente momento não foi restituído.
Para agravar a situação, a petição judicial mencionou que Broedel se beneficiou diretamente ao aprovar pagamentos por pareceres inconsistentes, recebendo ainda uma porcentagem considerável desses valores. A ação do Itaú inclui documentos que evidenciam discrepâncias nas assinatura e na responsabilidade atribuída aos pareceres contábeis, o que gera ainda mais controvérsia sobre a condução dos negócios da instituição. Esta revelação captura não apenas a atenção do público, mas também destaca a necessidade de um controle financeiro mais rigoroso.
A confusão se intensificou com as declarações de Martins ao jornal _Valor Econômico_. Ele expressou surpresa e indignação com a nova ação judicial e negou qualquer comportamento ilegal. O contador justificou afirmações de que suas consultorias estavam em conformidade com os serviços solicitados, o que vai na contramão das alegações do Itaú. A proposta de devolução parcial de valores, segundo Martins, ainda aguarda uma resposta do banco.
Broedel, por outro lado, defendeu a legitimidade do trabalho feito por Martins, ressaltando que suas consultorias eram reconhecidas e aprovadas por várias áreas do banco. Ele questiona a cronologia das acusações, que emergiram logo após sua saída do cargo. Essa batalha legal pode não apenas influenciar a reputação dos indivíduos envolvidos, mas também a imagem e a credibilidade do Itaú no mercado financeiro brasileiro.
A luta legal entre o Itaú, Broedel e Martins ilustra uma preocupação crescente com a integridade no setor financeiro e a necessidade de transparência nas operações comerciais. Disputas como essa ressaltam a importância de auditorias internas e a necessidade de um sistema robusto de governança corporativa. À medida que as investigações continuem, o impacto desta ação pode ser sentido em todo o setor bancário, gerando uma reavaliação das políticas de compliance e do gerenciamento de riscos.
A situação em torno do Itaú serve como um alerta para outras instituições financeiras, que devem estar atentas às práticas de seus executivos e garantir que todas as transações estejam dentro da legalidade e da ética. Em tempos onde a reputação é tudo, escândalos como esse podem ter consequências de longo alcance.
Se este caso for bem-sucedido em expor a corrupção e a má gestão, poderá gerar mudanças significativas na maneira como as empresas lidam com questões financeiras. As investigações em curso requerem vigilância contínua e comprometimento com a verdade, essencial para restaurar a confiança no sistema bancário.