O Programa Crescer em Paz e a Proteção de Crianças e Adolescentes

O Crescer em Paz é uma iniciativa inovadora do Ministério da Justiça, criada com o objetivo de garantir que crianças e adolescentes estejam no centro das políticas de justiça e segurança pública no Brasil. Em um momento crítico, onde a violência se torna uma realidade para muitos jovens, este programa se destaca por suas 45 ações prioritárias, que visam a reduzir a violência enfrentada por essa população vulnerável. O contexto de lançamento do programa em Brasília, com a presença do ministro Ricardo Lewandowski, reforça a seriedade e a urgência desse tema.

O ministro enfatizou a importância de proporcionar um espaço seguro para as vozes infantis e adolescentes, afirmando que sua participação ativa é crucial para a construção de um futuro mais justo. O Crescer em Paz almeja não apenas ouvir as crianças, mas também permitir que elas se tornem protagonistas nas transformações sociais que afetam seu cotidiano. Essa abordagem colaborativa indica uma mudança significativa na forma como as políticas públicas foram tradicionalmente elaboradas.

A criação deste programa é inspirada em diretrizes globais da Organização das Nações Unidas, como a do Escritório das Nações Unidas Contra Drogas e Crime (UNODC). Este modelo internacional fundamenta-se em reconhecer que a violência que afeta crianças e adolescentes requer uma atenção especial e soluções integradas. Isso é especialmente relevante no Brasil, onde meninos negros e jovens em situação de vulnerabilidade são os mais impactados pela violência. O investimento inicial de R$ 82 milhões demonstra um esforço contundente do governo para enfrentar esse problema que assola diversas comunidades.

Integração de Setores e Ações Eficazes

A estrutura do Crescer em Paz não se limita à segurança pública, mas também inclui proteção social e a justiça, um esforço fundamental para desenvolver um sistema coeso que atenda às necessidades das crianças e adolescentes. Entender a violência como uma questão complexa, enraizada em causas estruturais, é crucial. Abordar apenas as consequências sem discutir as causas, perpetua o ciclo de violência e exclusão social. O programa prevê iniciativas que visam quebrar esses ciclos e promover a reintegração de jovens que enfrentaram experiências traumáticas.

Uma das vozes que se destacaram no evento de lançamento foi a da secretária Nacional de Políticas sobre Drogas, Marta Machado. Ela trouxe à tona resultados já observados, como a redução de 30% nos casos de bullying nas escolas, algo que evidencia as potencialidades do programa. Além disso, a diminuição no comportamento de embriaguez dos pais em relação aos filhos é um teste importante para o impacto das políticas implementadas.

Esses resultados iniciais são encorajadores e indicam que, quando as políticas são bem estruturadas, é possível alcançar mudanças significativas na sociedade. O trabalho em conjunto entre o governo, escolas e a comunidade é vital para que essas ações continuem a dar frutos e se expandam para outras áreas onde a violência se manifesta.

A Voz das Crianças com o Comitê de Participação de Adolescentes

Durante o evento, uma jovem representante do Comitê de Participação de Adolescentes do Conanda expressou com clareza a necessidade de ouvir as vozes das crianças nas decisões que as afetam diretamente. Sua declaração foi um lembrete poderoso de que a colaboração entre adultos e jovens é imperativa para a construção de um futuro mais seguro. As crianças têm direitos e devem ter a chance de expressar suas opiniões e preocupações.

A implementação do Crescer em Paz não só reforçará a proteção das crianças e adolescentes como também poderá colocar o Brasil na vanguarda global em políticas de proteção à infância. Em um mundo onde as dificuldades sociais parecem aumentadas, essa iniciativa é uma chamada à ação para todos nós, destacando que as soluções não são apenas uma responsabilidade governamental, mas um dever coletivo.

Como o Crescer em Paz avança, será crucial monitorar seu progresso e avaliar quais ações trazem resultados efetivos. Essa vigilância não apenas garantirá que os recursos sejam utilizados adequadamente, mas também assegurará que os direitos e vozes das crianças e adolescentes continuem sendo priorizados.

Fonte: