Opinião
Quem é o verdadeiro prisioneiro? Análise sobre 8 de janeiro
Quem é o verdadeiro prisioneiro? Análise sobre 8 de janeiro
Quando o Estado é o verdadeiro criminoso: revelações sobre a realidade dos que foram silenciados e esquecidos.
Quando o Estado é o verdadeiro criminoso: revelações sobre a realidade dos que foram silenciados e esquecidos.

A linha entre o crime e a justiça tem se tornado cada vez mais turva no Brasil, especialmente para aqueles considerados como presos políticos.
O que aconteceu no dia 8 de janeiro, quando manifestações em Brasília se tornaram palco de uma polarização extrema, deixou não apenas feridas abertas, mas um rastro de injustiças que ainda reverberam em nossa sociedade.
Neste artigo, vamos explorar a cruel realidade de pessoas que foram capturadas nesse furacão político, e como suas histórias se conectam a uma estrutura maior de desigualdade e desamparo.
A Injustiça em Nome da Justiça
Um dos pontos mais controversos sobre a situação dos presos políticos é a sensação de que a justiça brasileira não é cega, mas sim seletiva. Como bem destacou uma mulher que se sente invisível diante do sistema: "Você não sabe quem eu sou, porque o Cabrini nunca me entrevistou, como fez com o Fernandinho Beira-Mar ou com o Maníaco do Parque" (Revista Veja).
Esta afirmação não é apenas uma queixa pessoal, mas um grito coletivo de quem se vê condenado ao esquecimento em meio a um mar de narrativas que favorecem a notoriedade de criminosos de colarinho branco.
Quantos mais, como Cleison, o homem que morreu sem ter chance de defesa e deixou uma família desamparada, permanecem nas sombras da desinformação? O que dizer de Adalgiza, uma idosa que continua dopada e algemada durante tratamento psicológico?
Este tratamento desumano nos leva a questionar: quem são os verdadeiros criminosos? Aqueles que, supostamente, infringiram a lei, ou um sistema que transforma pessoas comuns em vítimas de um espetáculo político?
A Hipocrisia da Justiça
A narrativa se torna ainda mais sombria quando contrastamos a situação de indivíduos como Adalgiza com a liberdade de figuras como Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, que, após admitir ter "roubado por compulsão", encontra-se em liberdade.
Enquanto isso, Débora, uma mulher que expressou sua indignação em um ato considerado simbólico, permanece atrás das grades. Essa discrepância grita em nossas faces, ecoando a pergunta: será que a justiça é, de fato, igual para todos?
As ações do governo, muitas vezes, parecem mais focadas em silenciar vozes dissidentes do que em trazer verdadeira justiça. As palavras da mulher que se sentiu esquecida ressoam: "Alguns nos chamam de heróis, outros nos julgam, muitos nos rotulam, nos condenam sem nos conhecer".
Essas vozes que clamam por liberdade e compreensão estão sendo sufocadas por um sistema que prefere manter o status quo a lidar com a verdade inconveniente.
O Clamor por Justiça e Liberdade
É importante destacar que a resistência e a luta por justiça não são apenas ideais. Para aqueles que foram silenciados, cada dia é uma batalha. A afirmação de que "não desistimos de Deus, pátria e família" é um testemunho da força e da resiliência que permeia o espírito dos que se encontram aprisionados.
Essa realidade traz à tona a questão da liberdade de expressão e do direito à manifestação. Em um país onde um idoso de mais de 60 anos pode ser condenado a 17 anos de prisão por "ajudar a financiar um ônibus", o que isso diz sobre a nossa sociedade?
Este tratamento desigual em relação aos crimes cometidos por figuras públicas, como o ex-presidente Lula, que escapa das grades enquanto seus críticos apodrecem atrás das mesmas, ilustra a corrupção do sistema que jurou proteger os cidadãos.
Conexões Com Outros Temas Atuais
A situação dos presos políticos não pode ser vista isoladamente. Ela está interligada a outras questões prementes, como a liberdade de imprensa e a autonomia do Judiciário.
A recente decisão do ministro Alexandre de Moraes de negar um pedido de prisão domiciliar a um idoso condenado por sua suposta participação no 8 de janeiro levanta dúvidas sobre o princípio da humanização da pena. Isso se reflete em um cenário em que a Justiça parece agir de forma mais punitiva do que reabilitadora.
Reflita
A reflexão sobre o estado da Justiça no Brasil e o tratamento desigual de cidadãos não deve terminar aqui. É essencial que todos nós, como cidadãos conscientes, façamos nossa parte.
Compartilhar essas histórias, discutir abertamente as injustiças e lutar por um sistema mais justo são passos fundamentais para que possamos restaurar a credibilidade das instituições que deveriam proteger todos nós.
É hora de exigir mudanças e prestar atenção aos gritos de quem foi silenciado. A luta por justiça é a luta de todos os brasileiros que acreditam em um futuro melhor, onde a liberdade não seja apenas uma promessa, mas uma realidade.