Brasil, pátria amada, idolatrada por tantos, e, em tempos de Paraolimpíadas, o país se ergue mais uma vez como uma potência esportiva mundial. Contudo, uma pergunta me inquieta: onde estão aqueles que tanto pregam a diversidade? Será que o clamor por inclusão é genuíno, ou será que apenas ecoa em certas bolhas quando é conveniente?

Nossos atletas paraolímpicos estão dando um verdadeiro show! Estão trazendo ouro, prata e bronze para o Brasil, com garra e determinação inigualáveis. No entanto, percebo que a atenção dada a esses heróis é, no mínimo, irrisória, especialmente se comparada ao alarde feito em torno de outras "causas". A mídia, sempre tão rápida em abraçar bandeiras de diversidade quando o assunto é gênero, cor ou, às vezes, peso, agora permanece silenciosa. Parece que diversidade só é digna de nota se for para "lacrar" nas redes sociais.

Diversidade: Uma Palavra Esvaziada?

Vamos falar de diversidade, mas não da maneira como a mídia progressista e lacradora gosta de vender. Diversidade, meus caros, deveria englobar todas as formas de ser e existir. Nossos atletas paraolímpicos enfrentam desafios que a maioria de nós sequer pode imaginar. Cadeiras de rodas, próteses, limitações sensoriais, e mesmo assim, lá estão eles, representando o Brasil com o peito estufado de orgulho. Mas onde estão as marcas esportivas para apoiá-los? Onde estão os comerciais de TV que mostram esses verdadeiros heróis? Parece que a tal diversidade só é interessante quando se encaixa em narrativas pré-estabelecidas.

Esses atletas superam obstáculos que fariam muitos desistirem, e ainda assim, não recebem a atenção que merecem. É triste, mas parece que, para alguns, a diversidade é uma moeda de troca. Se não for para gerar likes, compartilhamentos e, claro, lucro, a diversidade real é deixada de lado.

A Hipocrisia da Inclusão Seletiva

É aqui que a ironia se torna palpável. Em um país que se gaba de sua diversidade cultural, racial e social, a inclusão paraolímpica ainda é tratada como uma nota de rodapé. Onde estão os grandes ativistas? Onde estão os podcasts que discutem inclusão? Cadê as campanhas publicitárias que deveriam estar estampando os rostos dos nossos campeões paraolímpicos? Se fosse para lacrar em redes sociais, já teriam todos aparecido.

Vamos ser claros: racismo e machismo são problemas reais que precisam ser combatidos, mas comparar essas questões com as dificuldades enfrentadas por uma pessoa que precisa de uma cadeira de rodas, que não enxerga ou que não ouve, é no mínimo desonesto. Estas pessoas, meus caros, necessitam de uma inclusão que vai além das hashtags e dos slogans vazios.

Brasil: Potência Paraolímpica Ignorada

A cada edição das Paraolimpíadas, o Brasil se firma como uma potência mundial. Na última edição, foram 22 ouros, com um total de 72 medalhas. A projeção para este ano é ainda mais promissora, com expectativa de 27 ouros e 85 pódios. Mas onde está a euforia? Onde estão os holofotes que deveriam estar brilhando sobre esses atletas incríveis?

Curiosamente, quando o Brasil obtém sucesso em outros esportes, a celebração é imediata. Mas por que não vemos o mesmo entusiasmo em relação às Paraolimpíadas? Talvez porque os atletas paraolímpicos nos fazem confrontar nossa própria limitação. Eles nos mostram que, apesar de todas as dificuldades, é possível alcançar o topo. E, para alguns, essa realidade é difícil de engolir.

A Verdadeira Diversidade Exige Reconhecimento

A hipocrisia da inclusão seletiva não é apenas uma falha moral, mas um reflexo da superficialidade com que muitas vezes tratamos a diversidade. Não basta falar de inclusão se não estamos dispostos a reconhecer aqueles que mais precisam dela. Não basta exaltar a diversidade se não damos visibilidade àqueles que verdadeiramente a representam.

As Paraolimpíadas deveriam ser um momento de orgulho nacional. Devemos celebrar nossos atletas paraolímpicos com a mesma intensidade com que celebramos qualquer outro herói nacional. E, mais do que isso, devemos questionar a verdadeira intenção daqueles que pregam a diversidade, mas permanecem em silêncio quando a oportunidade de promover uma inclusão real se apresenta.

Em um mundo onde a palavra diversidade é usada como bandeira por tantos, é preciso lembrar que a verdadeira diversidade só existe quando reconhecemos e celebramos todas as formas de superação e vitória. Nossos atletas paraolímpicos merecem mais do que aplausos silenciosos; eles merecem ser reconhecidos como os gigantes que são. E nós, como nação, devemos a eles essa homenagem.

Então, antes de se unir ao coro daqueles que pregam inclusão seletiva, pergunte-se: você realmente se preocupa com a diversidade? Ou será que só quando ela se encaixa na narrativa do momento?