O setor de turismo em Portugal atingiu um novo marco em 2024, com receitas que somaram impressionantes 27.651,5 milhões de euros. Essa cifra não apenas representa um crescimento significativo de 8,8% em comparação a 2023, mas também é um reflexo da recuperação robusta do turismo no país, superando em quase 10 bilhões de euros as receitas registradas em 2019, que marcava o auge antes da crise provocada pela pandemia de covid-19.

As receitas de turismo são essenciais para a economia portuguesa, pois refletem os gastos dos turistas estrangeiros, contabilizados como exportações de viagens e turismo. Em um momento onde o turismo global recupera forças, Portugal se posiciona como um destino de destaque, atraindo visitantes de variados mercados internacionais.

O crescimento nas receitas do turismo consequentemente gerou um aumento no excedente dos serviços, que subiu 2,7 bilhões de euros em relação ao ano anterior, totalizando 31,9 bilhões de euros. Isso é um indicativo claro de que as exportações portuguesas estão prosperando, com uma elevação de 8,1% nas exportações em geral, superando o crescimento mais modesto de 6,8% nas importações, de acordo com as informações divulgadas pelo Banco de Portugal.

Os principais emissores de turistas para Portugal são altamente relevantes para entender a composição das receitas. O Reino Unido liderou as despesas, totalizando 4.118 milhões de euros, seguido pela França, que gastou 3.224 milhões, e pela Alemanha, com 3.121 milhões. Também destacam-se os Estados Unidos e a Espanha, cujo gasto somou 2.868 milhões e 2.827 milhões de euros, respectivamente. Esses cinco mercados representam juntos 58% do total das receitas, evidenciando a dependência significativa de Portugal em relação a estes países.

Apesar desse sucesso, o governo português havia projetado que as receitas do turismo alcançariam 27 bilhões de euros, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) fez uma previsão ainda mais conservadora, estipulando um valor de 26,2 bilhões. Essa superação das expectativas, porém, vem acompanhada de alertas sobre riscos potenciais que podem afetar a demanda por turismo.

O FMI citou a possibilidade de uma desaceleração na economia global como um fator que poderá impactar negativamente a demanda por viagens e turismo, especialmente de mercados emissores importantes. A situação política e econômica dos Estados Unidos destaca-se como um assunto estratégico para monitoramento, uma vez que incertezas na política atual podem influenciar as decisões dos norte-americanos em relação às viagens internacionais.

A Comissão Europeia do Turismo também emitiu suas considerações, ressaltando que, embora haja uma recuperação visível no setor turístico europeu, as incertezas atuais relacionadas à política dos EUA ainda podem afetar o turismo a partir daquele mercado. Para Portugal, o turismo se mantém como um pilar essencial em sua economia, influenciando positivamente a balança comercial, que, se comparada à balança de bens, ainda enfrenta déficits significativos.

Concluindo, a trajetória do turismo em Portugal ao longo de 2024 revela não apenas um resgate do setor após a pandemia, mas também a vitalidade e o apelo contínuo do país como destino turístico. A alta nas receitas de turismo, refletida em um superávit expressivo na balança comercial, destaca o turismo como um motor da economia portuguesa, comprometido em oferecer experiências ricas aos visitantes enquanto fortalece a economia local.

Para garantir que Portugal continue vibrante no cenário turístico global, é fundamental que as autoridades mantenham um monitoramento atento sobre os mercados emissores, as tendências globais e as possíveis barreiras que possam surgir nos anos seguintes, garantido assim a sustentabilidade desse crescimento notável.

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