Economia e Mercado
Ruptura de Produtos em Supermercados Atinge Maior Nível Desde Agosto de 2024: Um Olhar Sobre o Índice de 13,7% em Janeiro de 2025
Ruptura de Produtos em Supermercados Atinge Maior Nível Desde Agosto de 2024: Um Olhar Sobre o Índice de 13,7% em Janeiro de 2025

Em janeiro de 2025, o índice de ruptura de produtos nos supermercados brasileiros atingiu alarmantes 13,7%, conforme análise da Neogrid. Este aumento de 0,9 ponto porcentual em comparação ao mês anterior marca o maior nível desde agosto de 2024. A oscilação no índice é especialmente preocupante dado que, nos três meses precedentes, a taxa se manteve em cerca de 12%. Essa tendência de crescimento reflete uma série de fatores que afetam tanto o consumo quanto a disponibilidade de produtos nas prateleiras, criando um ciclo vicioso que impacta as compras do dia a dia.
Um dos vilões dessa história é o café, que apresentou uma ruptura de 11,1%, com um salto de 2,1 pontos percentuais no último mês. Além disso, o preço do café em pó subiu de R$ 21,94 para R$ 23,48, enquanto o café em grãos viu uma queda de R$ 50,14 para R$ 44,47. Esse cenário é agravado pela pressão sobre o poder de compra dos brasileiros e pelos custos elevados dos insumos, refletindo em uma reposição lenta dos estoques. Os consumidores têm sentido essa falta nas gôndolas, pois a oferta não tem conseguido atender à demanda.
Outros produtos também estão enfrentando rupturas. Os ovos, por exemplo, subiram de 16,7% para 19,7%, enquanto o açúcar aumentou sua taxa de ruptura de 8,9% para 10%. Além disso, o azeite, que se manteve estável por vários meses, agora registra uma ruptura de 7,6%. O preço dos ovos caipiras, especificamente, saltou de R$ 13,43 para R$ 15,05, uma mudança significativa que impacta o bolso dos consumidores que já lidam com um cenário econômico desafiador.
O aumento dos preços de vários alimentos, como o café e os ovos, reflete as dificuldades enfrentadas pela cadeia de suprimentos e a alta demanda. O mercado de café, em particular, passou por dificuldades devido a condições climáticas desfavoráveis que impactaram a safra de 2024. Apesar dessas dificuldades, os especialistas têm uma perspectiva otimista para a safra de 2025/26, ainda que com cautela. Previsões de altas temperaturas podem influenciar negativamente a qualidade do grão, gerando ainda mais incertezas para os produtores e consumidores.
O açúcar também continua sendo um produto crítico na análise de rupturas. O índice de indisponibilidade atingiu 10%, um aumento significativo desde agosto de 2024. Os preços do açúcar cristal subiram de R$ 9,40 para R$ 9,68, enquanto o preço do açúcar mascavo também aumentou de R$ 15,09 para R$ 15,34, criando uma pressão adicional sobre o orçamento das famílias. O açúcar refinado, por outro lado, ficou estável a R$ 5,85, mas a escassez generalizada continua a ser um problema.
A realidade do varejo brasileiro é complicada, e o conceito de ruptura é vital para entender esse cenário. A ruptura refere-se à porcentagem de produtos em falta em relação ao total oferecido em loja. Por exemplo, se uma loja possui dez opções de batatas fritas e uma delas não está disponível, a ruptura é de 10%. Essa métrica, calculada com base no mix de produtos, é crucial para definir as estratégias de abastecimento e marketing no varejo, uma vez que impacta diretamente a capacidade do consumidor de encontrar o que precisa.
A instabilidade no mercado, portanto, não diz respeito apenas a um item isolado, mas à dinâmica de toda a prateleira de alimentos. À medida que a ruptura de produtos aumenta, as marcas e varejistas precisam analisar profundamente suas políticas de estoque e reposição. É imperativo que adotem estratégias que não só garantam a disponibilidade, mas que também considerem as variações de preços e a sensibilidade do consumidor, que busca melhores opções a preços mais acessíveis.
Com o cenário econômico atual, onde a inflação e o aumento dos custos de vida estão em pauta, entender a ruptura de produtos é mais crucial do que nunca. As gôndolas dos supermercados não devem apenas refletir a oferta, mas também a demanda real dos consumidores. Assim, os varejistas que conseguirem alinhar sua oferta à realidade do mercado estarão em uma posição mais forte para lidar com as flutuações futuras.
Em conclusão, o aumento do índice de ruptura em supermercados brasileiros revela um mercado desafiador, onde fatores como inflação e aumento de preços prevalecem. À medida que consumidores continuam a lidar com as consequências da instabilidade econômica, fica claro que os desafios de abastecimento irão afetar as decisões de compra e o relacionamento com marcas. Somente com uma abordagem mais estratégica será possível reverter esse quadro e oferecer aos consumidores uma experiência de compra mais satisfatória.