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Economia e Mercado

Expectativa de queda nos preços do azeite de oliva no Brasil a partir de 2025.

Expectativa de queda nos preços do azeite de oliva no Brasil a partir de 2025.


As perspectivas de queda nos preços do azeite de oliva no Brasil, após um aumento expressivo em 2024, trazem esperança ao consumidor.
15 novembro 2024
As perspectivas de queda nos preços do azeite de oliva no Brasil, após um aumento expressivo em 2024, trazem esperança ao consumidor.
15 novembro 2024
Expectativa de queda nos preços do azeite de oliva no Brasil a partir de 2025.

Em 2024, o Brasil registrou um aumento expressivo nos preços do azeite de oliva, com alta de 50% somente em junho. Este cenário alarmante é resultado direto de fatores climáticos que impactaram a produção global de azeite. Carlos Eduardo Vian, pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (USP), aponta que ondas de calor severas em países produtores como Espanha, Portugal, Itália, Grécia e no norte da África foram determinantes para a diminuição dos estoques mundiais. Esta realidade afetou diretamente o mercado brasileiro, que ainda é um dos menores produtores, representando apenas 0,5% da produção global com cerca de 500 mil litros por ano.

A expectativa, no entanto, é de que este quadro comece a se inverter. Vian acredita que, com as previsões otimistas vindas das associações de produtores de oliva da União Europeia, a safra de 2024/25 deverá apresentar resultados positivos, ajudando a restabelecer a oferta do produto no mercado. A previsão é de que uma redução gradual nos preços comece a ser sentida já nos próximos meses, apesar de não se esperar que os valores voltem ao patamar anterior. Os consumidores brasileiros devem começar a notar essa diminuição nos preços nas prateleiras dos supermercados.

Além disso, Renato Fernandes, presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), ressalta a necessidade de investimentos na produção de azeite no Brasil, especialmente nas regiões do Rio Grande do Sul e Sudeste do país. Ele acredita que o Brasil tem grande potencial para aumentar sua participação no mercado global de azeite. Para isso, Fernandes destaca que parcerias estratégicas com produtores internacionais serão cruciais. A implementação de uma produção mais organizada e a colaboração entre os diversos agentes do setor podem fazer do Brasil um nome respeitado dentro do mercado mundial de azeite.




Expectativa de queda nos preços do azeite de oliva no Brasil a partir de 2025.

Os desafios enfrentados pela produção de azeite no Brasil são evidentes e vão além do aspecto climático. A infraestrutura deficiente, os altos custos de produção e a falta de conhecimento técnico são obstáculos que precisam ser superados. O papel de instituições como a USP é fundamental para a formação de profissionais capacitados e para a pesquisa que pode trazer inovações ao setor. É essencial que as universidades e instituições de pesquisa estejam cada vez mais conectadas com a realidade do produtor, oferecendo consultorias e apoio técnico.

As iniciativas de pesquisa e desenvolvimento, aliadas ao apoio governo e do setor privado, poderão transformar o Brasil em um grande produtor de azeite, explorando áreas potenciais que ainda não têm sido aproveitadas. O mercado mundial de azeite está em constante expansão e o Brasil, com sua rica diversidade de climas, poderia se tornar um competidor de peso, diversificando assim sua economia e agregando valor ao seu agronegócio.

A adaptação à mudança climática, como o desenvolvimento de variedades de azeitonas mais resistentes às altas temperaturas e à seca, é uma das áreas que merece atenção. Com a tecnologia moderna, é possível cultivar oliveiras em regiões antes consideradas inaptas para a produção, ampliando a área de cultivo e a produção de azeite no país.



A dinâmica do mercado de azeite também envolve a necessidade de educar o consumidor brasileiro sobre a importância de consumir produtos locais. O aumento da conscientização sobre a qualidade e a procedência do azeite pode impulsionar a preferência por marcas nacionais, contribuindo para o fortalecimento do setor no Brasil. A valorização da produção local não somente beneficia o agricultor, mas também ajuda a economia nacional, promovendo um ciclo positivo de crescimento e prosperidade para as regiões produtoras.

Portanto, enquanto 2024 pode ser lembrado como um ano de altos preços e desafios no mercado de azeite de oliva, as previsões para 2025 apontam para um cenário mais otimista, com um potencial significativo de queda de preços. Esse é um momento importante para observadores do mercado, agricultores, e principalmente para os consumidores, que nos próximos meses poderão ver mudanças significativas nas gôndolas do supermercado.

Fonte:


Carlos Eduardo Vian - https://www.esalq.usp.br Renato Fernandes - https://www.ibraoliva.com.br
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