Economia e Mercado
A estação de Coimbra-Sul e a oportunidade de poupança na Alta Velocidade
A estação de Coimbra-Sul e a oportunidade de poupança na Alta Velocidade
A estação de Coimbra-Sul em Casais do Campo representa uma oportunidade para revolucionar a mobilidade na região, apesar de desafios no projeto da Linha de Alta Velocidade.
A estação de Coimbra-Sul em Casais do Campo representa uma oportunidade para revolucionar a mobilidade na região, apesar de desafios no projeto da Linha de Alta Velocidade.

A nova estação de Coimbra-Sul, em Casais do Campo, está prestes a transformar a mobilidade na região de Coimbra. Situada a apenas 3,7 km do centro da cidade, essa estação será um ponto crucial para a Linha de Alta Velocidade (LAV), que promete melhorar significativamente o acesso entre Lisboa e Porto.
O projeto da LAV entre Oiã e Soure apresentou desafios, principalmente devido à baixa concorrência no concurso público. Apenas uma proposta foi apresentada, do consórcio Lusolav, e o preço-base de 1650 milhões de euros levantou polêmicas. As expropriações necessárias e as obras complementares exigidas pelo Município de Coimbra podem acarretar atrasos e custos adicionais ao projeto.
Outro ponto a ser considerado é a localização da estação intermodal proposta em Coimbra-B. A área está em leito de cheia do Mondego, levantando preocupações ambientais e de segurança. Em contrapartida, a proposta para uma nova estação em Casais do Campo não só oferece mais segurança como também facilitaria a integração com o sistema de transporte de Coimbra, otimizando o acesso aos passageiros da LAV.
Além dos aspectos práticos, o autor do artigo, professor da Universidade da Beira Interior, ressalta a importância de manter o projeto de alta velocidade em andamento. Ele argumenta que a insistência na estação Coimbra-B pode levar a atrasos significativos, aumentando os custos e dificultando o acesso a investimentos europeus.
A escolha de Coimbra-Sul como futura estação da LAV é, portanto, vista como uma decisão sensata. Todos os comboios da LAV parariam ali, ao invés de apenas alguns em Coimbra-B, o que poderia aumentar o tempo de viagem entre cidades importantes em cerca de 15 minutos. Isso coloca Coimbra em risco de se tornar um entrave no desenvolvimento nacional.
Ademais, represamentos nas obras poderão desviar investimentos que poderiam ser utilizados em outras áreas, como infraestrutura de transporte e saúde. O autor destaca que, com uma economia de um bilhão de euros, é possível melhorar significativamente a infraestrutura de transporte e até construir novos hospitais na região metropolitana de Lisboa.
A eficiência na aplicação dos recursos públicos é um ponto crucial para o progresso do país. O autor do artigo dramatiza essa necessidade, salientando que a evolução de Coimbra deve acompanhar a evolução nacional. Neste contexto, a discussão sobre a nova estação de Coimbra-Sul não é apenas uma questão de logística, mas uma oportunidade de fortalecer a economia da região e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
Assim, os interesses públicos devem ser priorizados, evitando-se ceder a pressões de interesses imobiliários que possam comprometer o projeto. Dessa forma, a construção da nova estação deve avançar com transparência e uma visão voltada para o bem coletivo, assegurando que Coimbra não fique para trás na corrida pelo desenvolvimento.
Finalmente, todos os envolvidos no projeto precisam estar cientes das implicações a longo prazo de suas decisões, garantindo que a nova estação em Casais do Campo se torne um pilar de sustentação para o futuro da mobilidade na região.
Fonte:
https://www.publico.pt/2025/03/05/opiniao/opiniao/alta-velocidade-poupar-mil-milhoes-euros-nova-estacao-coimbra-2124739