Economia e Mercado
Dívida Pública Federal cresce 3,3% em fevereiro, alcançando quase R$ 7,5 trilhões
Dívida Pública Federal cresce 3,3% em fevereiro, alcançando quase R$ 7,5 trilhões

No mês de fevereiro de 2025, o Brasil registrou um aumento significativo em seu estoque da Dívida Pública Federal (DPF), que alcançou R$ 7,492 trilhões, uma elevação de 3,3% em relação aos R$ 7,252 trilhões verificados no final de janeiro. Esse crescimento é explicado por diversos fatores, incluindo a correção de juros e uma emissão líquida considerável de títulos. É fundamental analisar esses dados, uma vez que a DPF é um indicador importante da saúde econômica do país.
A correção de juros incidentes sobre o estoque da dívida durante o mês de janeiro foi de R$ 73,65 bilhões, um fator que contribuiu para o aumento observado em fevereiro. Além disso, houve uma emissão líquida de R$ 165,68 bilhões, sinalizando que o governo está buscando captar recursos para financiar suas atividades. A DPF é composta tanto pela dívida interna quanto pela externa, e o crescimento foi notável em ambos os segmentos. A dívida pública mobiliária interna, por exemplo, cresceu 3,26%, atingindo R$ 7,178 trilhões.
A dívida externa também apresentou um aumento, subindo 4,15% e totalizando R$ 314,34 bilhões. Outro aspecto relevante é a participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna, que viu uma diminuição, passando de 9,94% em janeiro para 9,65% em fevereiro. Isso indica uma leve mudança na confiança dos investidores estrangeiros em relação aos títulos brasileiros, embora o volume total em mãos de não residentes tenha aumentado levemente, ultrapassando R$ 692 bilhões.
As instituições financeiras continuam a manter uma participação significativa na DPF, representando 29,83% do total em fevereiro. A influência dos fundos de investimento e previdência também é notável, apesar de algumas oscilações nas porcentagens. Esses dados refletem o papel vital que essas entidades desempenham na sustentação da dívida pública do país, que é uma das ferramentas fundamentais para a execução de políticas econômicas.
Apesar da alta da taxa básica de juros, que agora está fixada em 14,25% ao ano, a proporção de títulos da Dívida Pública atrelados à Selic apresentou uma queda para 47,77%. Historicamente, este percentual costumava variar entre 48% e 52%, conforme o Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2025. É importante observar essas oscilações, pois revelam a dinâmica do mercado de títulos e como a inflação e as expectativas de crescimento econômico impactam na escolha dos investidores.
Há também a questão do prazo médio da dívida, que registrou uma leve queda, reduzindo de 4,11 para 4,08 anos. Essa diminuição indica que os títulos estão sendo menos duradouros no portfólio da DPF, o que pode afetar a estratégia do Tesouro na hora de gerenciar suas obrigações financeiras.
Em um aspecto positivo, o 'colchão' da dívida, que representa uma reserva de liquidez do Tesouro, alcançou R$ 888,78 bilhões ao término de fevereiro, marcando um crescimento de 19,47% em comparação a janeiro. Esse aumento sugerido um bom nível de capacidade do governo para honrar seus compromissos financeiros, cobrindo aproximadamente 6,66 meses de pagamentos de títulos. Essa reserva é crucial para garantir a confiança dos investidores e a estabilidade do sistema financeiro.
Vale destacar que o custo médio acumulado da DPF também apresentou uma ligeira elevação, passando de 11,4% para 11,57% ao ano. Essa mudança pode ser um sinal de que a percepção de risco dos investidores está aumentando, refletindo incertezas no cenário econômico. Assim, compreender esses indicadores é vital para qualquer análise do estado atual da economia brasileira e suas perspectivas futuras.
Em resumo, a evolução da Dívida Pública Federal em fevereiro de 2025 apresenta um panorama misto de crescimento e desafios. O aumento significativo no estoque da dívida, aliado a flutuações em partes importantes, como a participação de investidores e os tipos de títulos, destaca a complexidade que envolve a gestão da dívida pública e sua relação com a economia global.