Em 2024, os brasileiros consolidaram sua posição notável em Portugal ao se tornarem a principal nacionalidade estrangeira a solicitar crédito para habitação. Os dados revelados pelo Banco de Portugal indicam que 38% dos pedidos de financiamento para compra de imóveis no país vieram de cidadãos brasileiros.

Essa estatística reflete não apenas a presença crescente da comunidade brasileira em Portugal, mas também a confiança dessas pessoas no mercado imobiliário português. Além de serem responsáveis por 30% do total de crédito liberado para estrangeiros, os brasileiros demonstram um forte engajamento na aquisição de imóveis.

Um aspecto interessante observado é que, entre os brasileiros que obtiveram financiamento, mais da metade (54%) eram mulheres. Essa informação evidencia uma mudança nas dinâmicas sociais e econômicas, onde as mulheres brasileiras estão cada vez mais conquistando espaço no mercado imobiliário internacional.

Além de sua forte representação no crédito para habitação, os brasileiros também se destacaram no segmento de "outro crédito à habitação", que inclui financiamentos para construção e aquisição de imóveis secundários. Embora tenham aproveitado 15% desse tipo de crédito, ficaram em segundo lugar em volume, atrás apenas dos norte-americanos, que lideraram com 19%.

O diretor-gerente de Real Estate do Comparajá, Ricardo Feferbaum, comentou que os bancos portugueses têm se adaptado e se familiarizado com os perfis dos clientes brasileiros. Isso reflete uma mudança significativa na maneira como as instituições financeiras estão abordando o mercado e abrindo suas portas para investidores estrangeiros.

Tiago Prandi, CEO da Conexão Europa Imóveis, destacou que as condições de financiamento em Portugal são favoráveis, exigindo apenas um aporte de 30% do valor do imóvel. Essa estrutura torna o investimento mais acessível e atraente para brasileiros que desejam adquirir propriedades em um país europeu.

Apesar do aumento no número de solicitações de crédito, a jornada para conseguir financiamento pode ser desafiadora, especialmente para brasileiros que não têm cidadania europeia. Um exemplo é a experiência de Carol Boldrini, que enfrentou barreiras e condições restritivas em seu processo de financiamento, evidenciando a necessidade de se aprimorar o entendimento sobre essas dificuldades.

Ainda assim, muitos brasileiros continuam a buscar imóveis em Portugal. As taxas de juros mais baixas, comparadas às do Brasil, são um atrativo significativo. Este cenário reflete a confiança crescente do povo brasileiro em investir no exterior, especialmente em um país como Portugal, que oferece segurança e estabilidade ao mercado imobiliário.

A tendência é que esse interesse continue em ascensão, à medida que mais brasileiros descobrem as oportunidades em Portugal. O fortalecimento dos laços entre os dois países, bem como uma maior compreensão das condições de financiamento, pode facilitar ainda mais esse processo no futuro.

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