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Economia e Mercado

Aumento das Exportações e a Alta Preço da Carne no Brasil: O Que Esperar para os Próximos Anos?

Aumento das Exportações e a Alta Preço da Carne no Brasil: O Que Esperar para os Próximos Anos?


A produção de carne no Brasil cresce para 10,2 milhões de toneladas, enfrentando desafios como seca e aumento de preços.
20 dezembro 2024
A produção de carne no Brasil cresce para 10,2 milhões de toneladas, enfrentando desafios como seca e aumento de preços.
20 dezembro 2024
Aumento das Exportações e a Alta Preço da Carne no Brasil: O Que Esperar para os Próximos Anos?

Crescimento da Produção de Carne no Brasil

A produção de carne no Brasil alcançou um recorde histórico de 10,2 milhões de toneladas, destacando-se como um fenômeno notável mesmo diante das dificuldades climáticas, como as pastagens prejudicadas pela seca. Este aumento na produção reflete um setor em transformação, impulsionado pela tecnificação e pela adaptação às exigências do mercado internacional. Apesar disso, o cenário econômico indica pressões crescentes sobre os preços da carne, que devem continuar a se elevar no médio prazo.

O ciclo pecuário atual, juntamente com os fenômenos da estiagem, tem sido uma preocupação expressa na última ata do Comitê de Política Monetária. As condições adversas impactam diretamente o cenário inflacionário, o que resultou em um aumento da taxa Selic. Por sua vez, o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central revelou uma elevação inesperada nos preços da carne bovina, superando as expectativas gerais dos analistas. Essa situação exige atenção especial dos consumidores, que enfrentam preços cada vez mais altos para a carne, um alimento tão importante na dieta brasileira.

A transformação da pecuária brasileira é visível, com um rebanho que está sendo abatido em idades mais jovens e pesos mais altos. Essa mudança se alinha com as exigências do mercado externo e reflete uma evolução necessária para que o Brasil mantenha sua relevância no comércio internacional. Os produtores estão se adaptando para atender tanto à demanda interna quanto externa, mas essa crescente demanda por carne, especialmente com as exportações subindo 41% em relação ao ano anterior, tem um grande impacto nos preços que os consumidores encontram nas prateleiras.



Impactos Econômicos e Oportunidades no Setor Pecuário

Com o aumento nos preços da arroba do boi gordo, que dobrou em apenas seis meses, os consumidores brasileiros estão começando a buscar alternativas à carne bovina. Isso inclui uma maior demanda por carne de frango e suínos, que são geralmente mais acessíveis em um cenário de preços elevados para a carne vermelha. Esse movimento pode significar uma mudança de comportamento no consumo de proteínas no Brasil, revelando um potencial de mercado a ser explorado por frigoríficos e produtores de aves e suínos.

Ainda assim, as previsões para o próximo ano indicam uma possível queda na produção de carne, estimando que a produção pode recuar para 9,8 milhões de toneladas. Esse dado é preocupante e sugere que os preços provavelmente continuarão elevados até 2026, o que reforça a urgência de ações que busquem equilibrar a oferta e a demanda. O setor está em um processo de transição, e novos ciclos pecuários podem trazer desafios adicionais, exigindo uma gestão mais eficiente e inovadora dos recursos disponíveis.

Surgem propostas por parte de alguns líderes políticos, especialmente da esquerda, para a implementação de impostos sobre as exportações de carne. Essa estratégia visa proteger o consumidor interno, mas também levanta questões sobre o impacto que tais medidas poderiam ter sobre a produtividade e a competitividade do setor. É fundamental que haja um equilíbrio entre atender a demanda interna e manter o Brasil como um jogador forte no mercado global de carne.



A Pecuária Brasileira e o Mercado Interno

Por mais que as exportações tenham crescido, entre 70% e 75% da carne produzida no Brasil ainda é destinada ao mercado interno. Isso sinaliza que a produção pecuária é vital não apenas para o comércio exterior, mas também para garantir a segurança alimentar no país. A qualidade do rebanho brasileiro está em contínua evolução, refletindo um esforço eficaz para aumentar os abates anuais de maneira a atender as necessidades do mercado.

De fato, fortalecer a produção interna pode ser crucial para lidar com os impactos das flutuações de preço, especialmente em um contexto de incertezas climáticas. Com uma gestão adequada de recursos e um olhar atento às tendências de consumo, é possível mitigar os efeitos da estiagem e das variações de preços, garantindo aos consumidores acesso a produtos de qualidade. O momento exige ações coordenadas não apenas entre os produtores, mas também entre as autoridades que regulam o setor.

A chegada de novas tecnologias, como gerenciamento inteligente de pastagens e monitoramento de saúde animal, pode contribuir significativamente para a eficiência da produção pecuária. Isso não só ajudará a maximizar a produção, mas também contribuirá para a sustentabilidade do setor, um aspecto cada vez mais considerado por consumidores e mercados internacionais. Dessa forma, o Brasil poderá não apenas sustentar sua produção, mas também se tornar um líder sustentável no fornecimento global de carne.

Fonte:


https://www.gazetadopovo.com.br/agronegocio/por-que-o-preco-da-carne-vai-subir-de-novo/
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